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Não minto, diz Bolsonaro sobre resultado negativo de Covid-19

28 abr 2020 - 21h23
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O presidente Jair Bolsonaro disse na noite desta terça-feira ter direito garantido por lei de não divulgar em público o laudo do resultado sobre seu exame do novo coronavírus, que anteriormente foi anunciado ter dado negativo, ao destacar que não mente.

16/04/2020
REUTERS/Adriano Machado
16/04/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Vocês nunca me viram aqui rastejando, com coriza. Eu não tive, pô, eu não minto", disse ele, em entrevista a jornalistas na entrada do Palácio da Alvorada, ao observar que a lei lhe garante o anonimato dessa informação. "Por que para mim deveria ser diferente?" questionou o chefe do Executivo federal.

O jornal O Estado de S. Paulo conseguiu na Justiça uma decisão para obrigar o presidente a divulgar publicamente o laudo do seu resultado de coronavírus.

O presidente foi perguntado sobre o fato de o país ter ultrapassado nesta terça o número de mortes da China por Covid-19. O Brasil já registrou 5.017 mortes, enquanto o país asiático —epicentro inicial da pandemia — tem 4.633 mortes confirmadas, de acordo com números oficiais.

"E daí? Lamento, quer que eu faça o quê? Sou Messias, mas não faço milagre", disse.

Segundo o presidente, cabe ao ministro da Saúde, Nelson Teich, discutir planos para a pandemia e repetiu que 70% da população brasileira vai ser infectada pelo vírus.

Bolsonaro disse que agora virá a "segunda onda", fruto do desemprego decorrente da paralisação das atividades econômicas para reduzir a propagação do vírus. Disse que a ajuda de auxílio emergencial de 600 reais aos informais e outras categorias superou as expectativas iniciais e a conta chegará em 100 bilhões de reais, o que pesará para o governo e que um dia essa conta terá de ser paga.

O presidente afirmou que o problema do desemprego é "muito grave" e que é preciso preparar para a retomada da atividade econômica, uma vez que "apertaram demais" em relação às medidas de contenção social e que "o problema está aí".

Bolsonaro disse ainda que, havendo necessidade, vai conversar com o ministro da Saúde sobre ações para flexibilizar o isolamento social.

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