Nenê da Brasilândia, Maria do Pó, Xerifa da Rocinha: conheça as mulheres do tráfico
Veja a história de mulheres que adquiriram notoriedade ao liderarem esquemas de compra e venda de drogas no Brasil
Floripes Souza de Oliveira, conhecida como Nenê da Brasilândia, morreu aos 45 anos em frente à sua residência em 1989. Apesar disso, sua memória ainda perdura no imaginário do bairro de mesmo nome, localizado em São Paulo.
Nenê ganhou notoriedade por liderar o que é tido como o maior esquema de tráfico de drogas da capital paulista nas décadas de 1970 e 1980.
A história da alagoana, frequentemente comparada a figuras famosas do crime, como Pablo Escobar e Lampião, é retratada no podcast intitulado "Nenê da Brasilândia". O podcast está disponível desde 18 de abril, com 8 episódios, exclusivamente no Amazon Music.
Nenê da Brasilândia desafiou dois paradigmas criminais. O primeiro foi sua liderança feminina à frente de um esquema de tráfico de drogas no Brasil. O segundo está relacionado à sua entrada no mundo do crime de forma independente, sem qualquer influência masculina.
Esse fato ocorreu quando ela decidiu abandonar o emprego de doméstica após sofrer um tapa de sua patroa, conforme revelado no podcast.
Desde então, outras mulheres também adquiriram notoriedade ao liderarem esquemas de compra e venda de drogas no Brasil. De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas Penais, em dezembro de 2022, o País contava com 30.127 mulheres presas, sendo 15.512 delas por crimes relacionados a drogas.
Maria do Pó
Sônia Aparecida Rossi, conhecida como Maria do Pó, é a única mulher presente na lista dos mais procurados do Ministério da Justiça. Ela é considerada pela pasta como "a maior traficante de cocaína da região de Campinas (SP)".
O esquema liderado por Maria do Pó é responsável por abastecer favelas em São Paulo com droga proveniente da Bolívia.
Rainha do Pó
A Polícia Federal aponta Karine Campos, conhecida como a Rainha do Pó, como uma das principais traficantes internacionais de drogas via marítima. Ela foi condenada a 17 anos de prisão pela Justiça Federal de São Paulo em 2020, porém, desde 2021, encontra-se foragida após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) substituir o regime fechado por prisão domiciliar devido à alegação da defesa de que um dos filhos precisava de cuidados.
Xerifa da Rocinha
Detida em 2017, Danúbia Rangel, também conhecida como a Xerifa da Rocinha, tornou-se conhecida pelas autoridades policiais após ter um relacionamento com Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, que foi preso em 2016.
Ela foi presa em outras quatro ocasiões por envolvimento com o tráfico de drogas, mas conseguiu ser libertada. Em março de 2016, foi condenada a 28 anos de prisão por tráfico de drogas, o que a tornou foragida, sendo presa novamente em outubro de 2017.