"Nunca vi esse relógio, desafio a provarem isso", diz Wassef, advogado de Bolsonaro, sobre Rolex
Em entrevista, advogado confirmou viagem aos EUA, mas negou envolvimento na recompra do item de luxo
Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, declarou que nunca teve conhecimento do Rolex que foi presenteado a uma comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante uma viagem ao Oriente Médio. Segundo a Polícia Federal, o item foi posteriormente vendido ilegalmente nos Estados Unidos por Mauro Cid.
"Nada. Nunca vi esse relógio. Nunca vi joia nenhuma (...) Nunca na minha vida. Desafio a provarem isso. Falo e garanto", afirmou Wassef na noite deste domingo, 13, ao blog da jornalista Andréia Sadi, da GloboNews.
No entanto, conforme mostrou o blog do jornalista Valdo Cruz, também da GloboNews, o nome de Wassef aparece no recibo da recompra de um relógio Rolex nos Estados Unidos. A PF considera o documento como uma "prova contundente" contra o advogado do ex-presidente.
O relógio, com um valor estimado em cerca de R$ 300 mil, foi originalmente presenteado em 2019. Posteriormente, em junho de 2022, foi vendido nos Estados Unidos por Cid, de acordo com as informações da PF.
Após a divulgação da existência do Rolex, em março de 2023, a equipe de assessores do ex-presidente entrou em ação para recuperar o relógio. Segundo as investigações, Frederick Wassef viajou aos Estados Unidos com o objetivo de buscar o item.
De acordo com a PF, em 29 de março, Wassef retornou ao Brasil trazendo consigo o Rolex e, em 2 de abril, realizou a entrega do relógio a Mauro Cid em São Paulo. Dois dias após essa entrega, a defesa de Bolsonaro realizou a devolução do item à União.
"Uma coisa é a viagem que fiz para os EUA. Outra coisa é me acusar de organização criminosa e esquema de joia. É uma armação", completou.