Nunes ataca ex-líderes europeus que apoiaram Lula
Segundo chanceler, eles cometeram um gesto "preconceituoso"
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, publicou uma nota criticando os ex-líderes europeus que assinaram um manifesto em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua participação nas eleições de 2018.
O texto em defesa do petista é firmado por três ex-primeiros-ministros da Itália, Massimo D'Alema, Romano Prodi e Enrico Letta, pelo ex-presidente da França François Hollande, pelo ex-premier da Bélgica Elio Di Rupo e pelo ex-presidente do Governo da Espanha José Luis Rodríguez Zapatero.
"Recebi, com incredulidade, as declarações de personalidades europeias que, tendo perdido audiência em casa, arrogam-se o direito de dar lições sobre o funcionamento do sistema judiciário brasileiro", escreveu Nunes.
A carta dos ex-líderes europeus se direciona sobretudo ao poder judiciário, alegando que a "legítima e necessária luta contra a corrupção não pode justificar uma operação que questiona os princípios da democracia".
"Qualquer cidadão brasileiro que tenha sido condenado em órgão colegiado fica inabilitado a disputar eleições. Ao sugerir que seja feita exceção ao ex-presidente Lula, esses senhores pregam a violação do estado de direito. Fariam isto em seus próprios países?", acrescentou o chanceler.
Além disso, Nunes acusou os signatários da carta de cometerem um gesto "preconceituoso, arrogante e anacrônico contra a sociedade brasileira e seu compromisso com a lei e as instituições democráticas".
D'Alema, Prodi, Letta, Hollande, Zapatero e Di Rupo pertencem a partidos socialistas ou sociais-democratas da União Europeia.