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O Brasil na imprensa alemã (17/06)

17 jun 2020 - 10h57
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Insulto de apoiador do presidente a protesto em homenagem a vítimas da covid-19, aumento do desmatamento na Amazônia e disputa entre Jair Bolsonaro e Supremo Tribunal Federal foram destaque na mídia da Alemanha.Tagesschau ‒ Túmulos em Copacabana (12/06)

Protesto da ONG Rio de Paz foi destaque na imprensa alemã
Protesto da ONG Rio de Paz foi destaque na imprensa alemã
Foto: DW / Deutsche Welle

O número de mortes por coronavírus no Brasil passou de 40 mil. Em memória dos mortos e em protesto contra a política do governo de combate ao coronavírus, 100 sepulturas vazias foram cavadas na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Voluntários da ONG Rio de Paz também colocaram cruzes em cada um dos túmulos. "Foi a manifestação mais difícil da nossa história", escreveu o presidente da ONG, Antônio Costa.

Um vídeo do grupo mostrou como um apoiador do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro insultou os organizadores e derrubou as cruzes na areia. Pouco tempo depois, de acordo com uma reportagem do portal G1, um homem que passeava no calçadão da praia e viu a cena colocou as cruzes de volta. "Respeite a dor das pessoas", falou o homem. Era um pai que havia perdido seu filho de 25 anos devido ao coronavírus.

Protestos contra Bolsonaro e contra a gestão da pandemia por parte do governo vêm ocorrendo há semanas. Por exemplo, no domingo passado, milhares de pessoas foram às ruas em São Paulo e em outras cidades brasileiras. Agora, os organizadores convocaram manifestações em várias cidades no domingo. Principalmente as torcidas organizadas de futebol estão elevando os ânimos contra a política de Bolsonaro.

Para Bolsonaro, quem se manifesta contra ele é "antissocial" e "terrorista". A presença da polícia militar foi notável nas recentes manifestações, e o presidente até flertou com uma ação militar em Brasília.

Deutschlandfunk ‒ Desmatamento na Floresta Amazônica continua a aumentar (15/06)

Baseado em imagens de satélite, o sistema de alerta Deter registrou em maio ‒ com 829 quilômetros quadrados de área desmatada ‒ o maior número desde o início das medições em 2015. Especialistas estimam que, até julho, cerca de 12 mil quilômetros quadrados [de floresta] podem ser desmatados no espaço de um ano. No período de medição anterior, até julho de 2019, foram mais de 10 mil quilômetros quadrados.

Desde maio, o presidente Bolsonaro está enviando militares para impedir o desmatamento e incêndios ilegais. Os críticos o acusam de ter criado um clima político no qual madeireiros e agricultores são incentivados cada vez mais ao corte de árvores e a queimadas. O chefe de Estado deixou claro, várias vezes, que vê a Amazônia como uma região com potencial econômico inexplorado.

ntv.de ‒ Aumenta disputa por números de covid-19 no Brasil (16/06)

Quando o número de mortos subiu no início do mês, o presidente simplesmente ignorou as cifras. A morte, de acordo com suas palavras tranquilizadoras, é "o destino de todo mundo". O conflito na população também é uma das instituições estatais. Durante toda a crise do coronavírus, o governo de Jair Bolsonaro as confrontou publicamente; com o Supremo Tribunal Federal (STF), durante toda a presidência. Enquanto o número oficial de mortes no país se aproxima da marca de 50 mil, os brasileiros vivenciam outro ponto alto do cabo de força.

Tudo começou na última quarta-feira com a divulgação atrasada dos números de infectados e mortos. No dia seguinte, em vídeo, Bolsonaro exortou seus seguidores a entrar em hospitais e filmar a ocupação de leitos; uma convocação para coletar evidências que supostamente comprovariam números exagerados. Na sexta-feira, Bolsonaro mandou que o número de infectados e mortos fosse removido do site do Ministério da Saúde. O Supremo ordenou que a divulgação fosse retomada. Posteriormente, Bolsonaro, seu vice-presidente e o ministro da Defesa ameaçaram uma intervenção militar em "outros poderes".

No sábado, o Ministério Público determinou que ministro interino da Saúde esclarecesse mudanças na divulgação dos dados sobre a epidemia. Ao mesmo tempo, o acampamento de apoiadores de Bolsonaro próximo ao STF foi desmontado na capital Brasília. À noite, eles lançaram fogos de artifício contra o prédio do STF. Vários dos 11 juízes reagiram fortemente aos eventos no domingo. Com inúmeras decisões contra o presidente, os magistrados já o ganharam como opositor há bastante tempo ‒ principalmente por meio de investigações devido a uma rede através da qual o filho de Bolsonaro é acusado de espalhar notícias falsas em benefício de seu pai.

CA/ots

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