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Obama se explicará pessoalmente a Dilma sobre espionagem, diz assessor

5 set 2013 - 12h19
(atualizado às 13h01)
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Segundo o governo americano, Obama se reunirá com Dilma para contornar desconforto por denúncia de espionagem
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Um assessor da Casa Branca disse que o presidente americano, Barack Obama, deverá explicar pessoalmente à presidente Dilma Rousseff "a natureza dos esforços de inteligência" dos EUA, após denúncias de que conversas da brasileira teriam sido espionadas pela NSA (agência nacional de segurança).

No último fim de semana, uma reportagem da TV Globo denunciou a existência de documentos secretos, vazados pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, que mostram que a NSA teria monitorado conversas entre Dilma e seus principais assessores.

Agora, Obama deverá aproveitar a cúpula do G20, na Rússia, a partir desta quinta-feira, para encontrar-se com Dilma e para "que os brasileiros tenham um melhor entendimento sobre o que fazemos e o que não fazemos, para entender melhor suas preocupações", disse Ben Rhodes, vice-assessor de segurança para comunicações estratégicas da Presidência americana.

Rhodes disse também que "a relação com o Brasil é muito importante (para os EUA), não apenas nas Américas, mas no mundo".

"Entendemos o quanto isso (a questão de espionagem) é importante para os brasileiros. O que estamos fazendo neste caso, como fizemos desde que as revelações sobre a NSA vieram à tona, é olhar amplamente às alegações e aos fatos", agregou o assessor.

"Coletamos dados de inteligência sobre praticamente todos os países do mundo. Se há preocupações que possamos esclarecer, faremos isso."

Mal-estar

As revelações de espionagem causaram mal-estar relação bilateral e colocaram em dúvida a visita de Estado que Dilma deve fazer aos EUA em outubro.

Nesta quinta-feira, o Planalto confirmou que cancelou a ida aos EUA, no sábado, de uma equipe brasileira que faria os preparativos da viagem oficial da presidente. O governo não confirma se a equipe agendará nova data para a viagem.

Na segunda-feira, o ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, classificou o episódio como "uma inadmissível e inaceitável violação da soberania brasileira" e pediu "explicações formais por escrito" - ainda que adotando cautela quanto a eventuais retaliações brasileiras.

A assessoria do vice-presidente americano, Joe Biden, disse que os EUA "continuarão a trabalhar com as autoridades brasileiras" para explicar as denúncias de espionagem e agregou que "o convite para a visita de Estado da presidente Rousseff reflete o interesse dos EUA em aprofundar esse relacionamento vital".

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