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Opas recomenda que "todos" informem dados de coronavírus após mudança no Brasil

9 jun 2020 - 17h21
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A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) recomenda a todos os países da região que informem os dados da epidemia de coronavírus em seus territórios, disse nesta terça-feira um funcionário de alto escalão do organismo, após decisão do Brasil de omitir parte das informações sobre a magnitude da pandemia.

Presidente Jair Bolsonaro
09/06/2020
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro 09/06/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Na sexta-feira, o Ministério da Saúde do Brasil retirou do ar dados sobre a evolução da epidemia ao longo do tempo, assim como o total de casos confirmados. O presidente Jair Bolsonaro justificou a decisão dizendo que os dados acumulados não refletem a situação em que o país se encontra.

Nesta terça, o ministério voltou a divulgar os dados completos, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinando que a plataforma fosse restabelecida na íntegra.

"Isso nos permite, e permite aos próprios governos, ter uma visão clara do que está acontecendo e permite aos formuladores de políticas planejar", disse o diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Opas, Marcos Espinal, em uma coletiva de imprensa por videoconferência nesta terça-feira.

"A revisão dos dados é uma prerrogativa que os países podem tomar. Mas sugerimos que os dados continuem sendo informados", ressaltou ele na coletiva virtual junto com outras autoridades da Opas, incluindo a diretora-geral do organismo, Carissa Etienne.

Com mais de 700 mil casos confirmados, o Brasil tem o segundo maior registro do mundo, só atrás dos Estados Unidos. O número de mortos supera os 37 mil, atrás apenas de EUA e Reino Unido.

Bolsonaro reiterou nesta terça-feira sua ameaça, lançada na semana passada, de deixar a Organização Mundial da Saúde (OMS) assim que a pandemia de coronavírus tiver passado, dizendo que a entidade não tem atuado responsavelmente e que perdeu muita credibilidade, além de acusá-la de ser uma a "organização político-partidária".

Espinal disse que o Brasil tem uma ampla tradição de cooperação com a OMS e a Opas e que é um "tremendo ator" no continente, e respondeu que estas continuarão "apoiando o Brasil" ao ser indagado sobre a intenção da maior economia da região de abandonar a OMS.

"Independentemente do lado político, nossa organização, a OMS e a Opas, continuarão apoiando o Brasil para que as vacinas, os remédios cheguem à população", disse Espinal. "A organização estará pronta para continuar apoiando o Brasil", sublinhou.

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