Oposição quer transformar Lava Jato em 3º turno, diz Cardozo
O Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que a oposição está tentando transformar as investigações da Operação Lava Jato em terceiro turno eleitoral. Em entrevista concedida à imprensa na manhã deste sábado em São Paulo, Cardozo afirmou que “certos políticos” que não aceitaram o resultado das urnas estariam usando as investigações e prisões da Polícia Federal como palanque eleitoral.
“Nós não podemos aceitar algumas insinuações, posturas, de que as investigações têm sido partidárias. A PF tem cumprido seu papel e o judiciário também tem cumprido seu papel. Muitas vezes tem aqueles que ainda acham que estamos em uma disputa eleitoral”, disse o ministro.
“Existe uma tentativa de politizar as investigações por forças políticas A, B ou C, para tentar estender a corrida eleitoral. Aqueles que não digeriram a derrota tentam continuar com a eleição, é algo que só Freud explica”, completa Cardozo. “A eleição acaba com a apuração. Se quer continuar, deve procurar um psicanalista. Quem ganha, ganha. Quem perde, perde” .
O ministro garantiu que a Petrobras não irá parar e disse que o governo tem dado o apoio necessário às investigações. "Há um compromisso claro, governo, do ministério da Justiça e da Polícia Federal para que tudo seja esclarecido e os responsáveis sejam punidos, doa a quem doer".
A sétima etapa da Operação Lava Jato prendeu 20 pessoas na última sexta-feira, sob suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. Dentre elas, o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, além de presidentes e executivos das principais empreiteiras do País, como a OAS, Queiroz Galvão, Camargo Correa, Mendes Junior e UTC.
De acordo com o ministro, R$ 720 milhões em contratos das empreiteiras com a estatal foram suspensos, sendo que três contratos foram bloqueados na íntegra. Ao todo, essas empresas possuem R$ 59 bilhões em consórcios com a Petrobras.
José Eduardo Cardozo ainda afirmou que recebeu a informação da operação logo pela manhã da sexta-feira, sem saber a natureza das prisões e mesmo quantas pessoas seriam levadas em custódia, pelo diretor geral da PF, Leandro Daiello Coimbra.
Em seguida, o ministro informou sobre a operação a presidente Dilma Rousseff, que participa da conferência do G20 em Brisbane, Austrália. De acordo com relato de Cardozo, Dilma disse: "Peça a PF que prossiga com firmeza nas investigações".
O ministro ainda afirma que, com a suspensão dos contratos, ele conversará com a presidente da Petrobras, Graça Foster, sobre como será a atuação da empresa petrolífera, uma vez que diversos contratos estão sob suspeita.
“Essa é uma questão que temos que avaliar no governo. Se por um lado a investigação vai continuar, por outro lado a Petrobras não pode parar. Vou conversar com a Graça Foster para ver como atuar. Mas é importante dizer, a Petrobras não vai e não pode parar”, completa o mandatário da Justiça.