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"Papa e igreja não são inimigos do governo", opina Mourão

Vice-presidente ainda afirmou que é responsabilidade do Brasil proteger a Amazonia

11 out 2019 - 15h16
(atualizado às 15h16)
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Vice-presidente Hamilton Mourão
Vice-presidente Hamilton Mourão
Foto: Reuters

O papa Francisco e a Igreja Católica não são inimigos do governo brasileiro. A afirmação foi do vice-presidente, Hamilton Mourão, em entrevista coletiva hoje (11) em Roma, na Itália. O representante do Executivo Federal está na cidade para a cerimônia de canonização da beata baiana Irmã Dulce, marcada para o domingo (13).

Na cidade ocorre também o Sínodo da Amazônia, organizado pelo Vaticano, com o tema  "Novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral". No evento representações diversas, como de indígenas e organizações da sociedade civil, criticaram a atuação do governo brasileiro no tocante à proteção do meio ambiente. 

Mourão disse que não tensão entre o governo federal e a Igreja Católica na questão ambiental. Mourão disse que vai se reunir com secretários do Papa Francisco e levar as medidas adotadas pelo Executivo, defendendo a atuação da gestão sobre a região.

"A mensagem que quero passar é que a Amazônia brasileira é brasileira. É responsabilidade nossa preservá-la e protegê-la. Não queremos ser colocados como governo da motosserra, exterminador de indígena, não respeita os direitos humanos. É responsabilidade do governo, e mais ninguém, preservar e proteger a Amazônia", afirmou.

O vice-presidente foi questionado por jornalistas acerca de denúncias de lideranças indígenas sobre a posição do governo de não demarcar mais terras para essas populações. Mourão respondeu reiterando argumentos já apresentados pelo governo federal.

"O Brasil tem 14% do seu território de terra indígena, uma quantidade expressiva. O número de indígenas não é tão grande. O que está demarcado tem que ser protegido. Temos tido dificuldade em razão dos incidentes de queimada, garimpo ilegal. Para depois ver se é o caso de novas demarcações", assinalou.

Mourão informou que além dos diálogos sobre o Sínodo e da cerimônia de canonização da Irmã Dulce, irá se reunir com empresas italianas e com representantes do governo italiano, tanto com o presidente, Sérgio Mattarella, quanto com o primeiro-ministro do país, Giuseppe Conte.

"Não é pura e simplesmente viagem para o evento religioso, mas ter oportunidade de dialogar com pessoas que podem auxiliar o país, investir no país e fazer parte do papel diplomático. Acredito que no próximo ano, o presidente estará aqui na Itália", adiantou.

No domingo, Mourão participará da cerimônia de canonização da beata Irmã Dulce. No mesmo dia, a homenageada ganha o primeiro santuário do mundo dedicado a ela: a Paróquia e o Santuário Santa Dulce dos Pobres, em Salvador.

Além de Irmã Dulce, serão canonizados os seguintes beatos: John Henry Newman, cardeal, fundador do Oratório de São Filipe Néri na Inglaterra; Giuseppina Vannini (no século Giuditta Adelaide Agata), fundadora das Filhas de São Camilo; Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, fundadora da Congregação das Irmãs da Sagrada Família e Margherita Bays, Virgem, da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.

Em Salvador, a missa em homenagem à Santa Dulce dos Pobres vai ser tamanho família: a arena Fonte Nova será o palco da festividade dos baianos e visitantes, católicos ou não, que vão celebrar, em 20 de outubro, a canonização.

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Agência Brasil Agência Brasil
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