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Para Senado, chefe do GSI não precisa falar sobre denúncias de espionagem

5 nov 2013 - 00h18
(atualizado às 00h20)
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A intenção do presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), de convidar o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general José Elito, para dar explicações sobre espionagem brasileira a diplomatas russos pode não encontrar apoio na Casa.

Ferraço tem conversado com os demais membros da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (Ccai) do Congresso para que uma reunião seja marcada o mais rápido possível. A intenção é apresentar o requerimento para chamar Elito e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Trezza, para dar explicações sobre a matéria do jornal Folha de S.Paulo que traz as denúncias de espionagem brasileira.

No entanto, nem governistas, nem oposicionistas apóiam a iniciativa. Na opinião do senador tucano Álvaro Dias (PSDB-PR), o governo brasileiro exagerou nas reclamações sobre a espionagem americana e agora mostrou que o mesmo comportamento é praticado pelo Brasil. Para ele, nem a comissão parlamentar de inquérito que foi montada no Congresso para investigar as denúncias de que empresas e órgãos brasileiros vinham sendo espionados terá condições de apurar algo de concreto.

'Não considero isso relevante para o Senado nessa hora. Acho que a presidenta Dilma procurou fazer enorme estardalhaço pelo assunto, mas as evidências agora mostram que o estardalhaço feito não guardava relação com a coerência, porque o que se praticava de lá para cá também se pratica daqui para lá. Não vejo razão para o Senado perder tempo com essa investigação. O Senado não tem condições de investigar. Aqui nem mesmo CPIs de investigação de escândalo do governo têm tido êxito, imagine se essa terá investigando espionagem', avaliou Álvaro Dias.

O líder do PT no Senado, senador Wellington Dias (PI), também não considerou adequado promover uma audiência pública para tratar das denúncias da Folha de S.Paulo. 'Em primeiro lugar as autoridades deverão prestar informações sobre a denúncia feita. Eu acho que a partir do convencimento ou não daquilo que for apresentado é que se discute sobre fazer ou não a audiência pública para extrair alguma informação que não foi prestada', defendeu o líder petista.

Wellington Dias disse ainda que não acredita nas denúncias de espionagem brasileira. Na opinião dele, a prática a esse respeito mudou no Brasil após a Constituição de 1988 e todos os governos vêm cumprindo as regras republicanamente desde então.

Mais cedo, o GSI informou, por meio de nota, que as operações de contrainteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em 2003 e 2004, citadas nas reportagens, 'obedeceram à legislação brasileira de proteção dos interesses nacionais'. De acordo com as matérias, a Abin monitorou diplomatas de três países (Rússia, Iraque e Irã) em três operações e, em outra, investigou a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília no aluguel de um conjunto de salas, por suspeita de que elas eram usadas como estações de espionagem.

Agência Brasil Agência Brasil
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