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Para Temer, não aprovação da reforma da Previdência pode levar à "quebra de controle" economia

22 dez 2017 - 14h12
(atualizado às 14h30)
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O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira que, se a reforma da Previdência não for aprovada, pode ocorrer quebra de controle sobre a economia, além de descrédito nacional e internacional, o que será "péssimo" para o país.

Temer durante entrevista no Palácio da Alvorada, em Brasília 22/12/2017 REUTERS/Adriano Machado
Temer durante entrevista no Palácio da Alvorada, em Brasília 22/12/2017 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"O que vai acontecer é o seguinte: a inflação está sob controle, os juros estão sob controle, o que pode ocorrer é exatamente a quebra desse controle que hoje existe, seria péssimo para a economia, além do descrédito de natureza nacional e internacional", disse Temer, em café da manhã com jornalistas.

Para o presidente, o governo perderia "simbolicamente" se a proposta não passar. "Se não conseguir, digo eu, paciência", afirmou.

Ainda asssim, Temer disse estar "otimista" com a votação da reforma. Ele afirmou que, no momento, tem havido um esclarecimento dos parlamentares que o levam a confiar na votação da matéria. Ele destacou que espera que, até a votação, outros partidos da base fechem questão em favor da proposta.

O presidente afirmou que aqueles que são contra a reforma são a favor de privilégios e disse que aproveitou a baixa popularidade para fazer tudo o que o Brasil precisava.

A apreciação da matéria, prevista inicialmente ocorrer nesta semana, ficou para o dia 19 de fevereiro diante do fato de o governo não ter os 308 votos mínimos necessários para passar a proposta pela Câmara.

O governo Temer tem avaliação positiva de apenas 6 por cento, de acordo com pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta semana. No café, em tom bem humorado, Temer chegou a falar que a sua popularidade subiu 100 "por cento".

Temer repetiu que discorda da avaliação de que parlamentares poderiam perder votos na eleição do próximo ano se não apoiarem a reforma. E citou seu exemplo pessoal ao ter relatado uma proposta com esse objetivo quando era deputado federal na década de 1990 e ter conseguido se reeleger com uma votação maior do que no pleito anterior.

INADMINISTRÁVEL

Escalado por Temer para também falar da mudança no sistema previdenciário, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o debate sobre a reforma não é de opinião, mas uma questão "numérica e fiscal".

"A reforma da Previdência será feita, isso não há dúvida, não está se discutindo o se, é o quando e o quando é agora", defendeu Meirelles. Segundo ele, se a proposta não passar, não haverá futuramente recursos para as áreas da educação, saúde e segurança pública.

"Isso é inadministrável e sendo inadministrável, o governo terá dificuldade de pagar as suas contas exatamente pela evolução das suas despesas", destacou o ministro da Fazenda, ao citar exemplos de países europeus que tiveram de interromper o pagamento de benefícios previdenciários por não terem feito a reforma.

Meirelles, entrentanto, também demonstrou confiança na aprovação da proposta. "Estamos aí num processo evolutivo e chegaremos de fato a um resultado que eu acho que é o melhor resultado para o país, que é a aprovação", disse.

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