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Patriota conversará com ministro britânico sobre detenção de brasileiro

Chanceler diz que aplicação da lei antiterrorismo não é justificável nesse caso

19 ago 2013 - 11h40
(atualizado às 12h56)
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<p>Miranda é companheiro do jornalista Glenn Greenwald, do diário inglês The Guardian, que noticiou sobre o esquema de espionagem do governo norte-americano</p>
Miranda é companheiro do jornalista Glenn Greenwald, do diário inglês The Guardian, que noticiou sobre o esquema de espionagem do governo norte-americano
Foto: Ricardo Moraes / Reuters

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que vai conversar ainda nesta segunda-feira com o chanceler britânico, William Hague, sobre a detenção do brasileiro David Miranda, por nove horas, no aeroporto de Heathrow, em Londres. Miranda é companheiro do jornalista Glenn Greenwald, do diário inglês The Guardian, que noticiou sobre o esquema de espionagem do governo norte-americano.

O ministro disse que a detenção do brasileiro por nove horas, com base em uma lei que se aplica a suspeitos de terrorismo, não é justificável. "Espero que não volte a acontecer. Hoje mesmo deverei conversar com o chanceler William Hague, do Reino Unido", disse Patriota. Antes de conversar com a imprensa, o ministro havia criticado "desmandos e desvios" que vêm sendo cometidos em nome do combate ao terrorismo no mundo, durante discurso em cerimônia de homenagem a Sérgio Vieira de Mello, diplomata brasileiro que morreu há dez anos no Iraque, Patriota disse que o combate ao terror deve respeitar o direito internacional.

Segundo o chanceler, há vários exemplos de desmandos cometidos em nome do combate ao terrorismo, entre eles "enquadrar pessoas mesmo sem justificativa alguma para que se haja suspeita de envolvimento com o terrorismo".

"Continuamos a assistir alguns desmandos e desvios nessa questão do combate ao terrorismo. Reconhecemos que é um combate legítimo, que precisa ser articulado de forma a impedir que vidas inocentes sucumbam a atos de violência gratuita, mas também precisa se inspirar nos ideais de multilateralismo, direito internacional e racionalidade", afirmou Patriota.

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Em discurso, o chanceler brasileiro criticou o uso indiscriminado de tecnologias militares, como os veículos aéreos não tripulados, que causam mortes de civis. "A comunidade internacional assiste, com certa surpresa, às vezes, a atividade de veículos não tripulados que estão a serviço do combate ao terrorismo, mas também provocam um número elevadíssimo de vítimas civis inocentes, sem que haja um debate sistemático sobre isso", ressaltou.

Patriota aproveitou para defender a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, dizendo que a atual composição do conselho não está em "consonância" com a multilateralidade do mundo moderno.

Agência Brasil Agência Brasil
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