O perito cubano Jorge Perez e a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, concederam entrevista coletiva por volta das 17h desta quarta-feira para explicar o trabalho de exumação do corpo do ex-presidente João Goulart, realizado desde o começo da manhã na cidade gaúcha de São Borja. Os dois foram até a frente do cemitério onde os restos mortais de Jango estão depositados para explicar à imprensa que o trabalho é "minucioso" e que ainda não tem prazo para terminar.
A expectativa era de que os restos mortais do ex-presidente fossem retirados do cemitério Jardim da Paz ainda nesta quarta-feira. No entanto, Perez, que trabalhou na exumação do corpo do revolucionário Che Guevara, disse que a exumação pode se prologar "até amanhã ou depois" já que é necessário seguir uma série de protocolos e o processo exige cuidado.
A Casa Militar do Estado do Rio Grande do Sul organizou um esquema de segurança para que familiares e autoridades acompanhem o procedimento. Porém, apenas os peritos têm acesso ao jazigo. Depois do procedimento, o corpo de Jango será levado a Santa Maria, de onde sairá rumo a Brasília, com honras de chefe de Estado. No dia 5 de dezembro, o corpo de Jango voltará ao Rio Grande do Sul, onde será recebido no Palácio Piratini pelo governador Tarso Genro. No dia seguinte, data que marca os 37 anos da morte do ex-presidente, será levado de volta a São Borja.
A exumação servirá para apurar a suspeita de que Jango tenha sido morto por envenenamento, durante exílio na Argentina em 1976, o que contraria a versão oficial de que ele foi vítima de um ataque cardíaco. Christopher Goulart, neto e advogado da família, diz que não há dúvidas de que o avô foi assassinado durante a ditadura militar. A exumação do corpo de um ex-presidente é um fato inédito no Brasil.
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13 de novembro - Familiares, autoridades e cidadãos acompanham o procedimento, porém, apenas peritos têm acesso ao jazigo
Foto: Twitter/Sec. Direitos Humanos / Divulgação
13 de novembro - Peritos antes do início dos trabalhos de exumação do corpo do ex-presidente João Goulart no cemitério Jardim da Paz em São Borja (RS) nesta quarta-feira
Foto: Itamar Aguiar / Futura Press
13 de novembro - Exames fazem parte dos esforços da Comissão Nacional da Verdade (CNV) para determinar se Jango foi ou não assassinado durante a ditadura militar
Foto: Twitter/Sec. Direitos Humanos / Divulgação
13 de novembro - Governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), esteve no local da exumação de Jango na manhã desta quarta-feira
Foto: Luiz Roese / Especial para Terra
13 de novembro - Estrutura foi montada no entorno do cemitério para acompanhar os trabalhos
Foto: Luiz Roese / Especial para Terra
13 de novembro - Tarso Genro ficou por cerca de uma hora no cemitério Jardim da Paz
Foto: Luiz Roese / Especial para Terra
13 de novembro - Urna com os restos mortais do ex-presidente será traslado até Santa Maria, de onde seguirá rumo a Brasília
Foto: Luiz Roese / Especial para Terra
14 de novembro - Avião com os restos mortais do ex-presidente chega ao Palácio do Planalto
Foto: Diogo Alcântara / Terra
14 de novembro - A presidente Dilma Rousseff, membros do governo e familiares de Jango participam da cerimônia em Brasília
Foto: Diogo Alcântara / Terra
14 de novembro - Ao lado da viúva de Jango, Maria Teresa Goulart (dir.), Dilma deposita flores sobre o caixão do ex-presidente
Foto: Beto Nociti / Futura Press
14 de novembro - Dilma entrega bandeira do Brasil à viúva de João Goulart, Maria Teresa Goulart, durante cerimônia em homenagem ao ex-presidente