Pesquisa: Belo Monte incentivou exploração sexual de índios
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal do Pará mostra que as obras da hidrelétrica de Belo Monte incentivaram a entrada de índios no circuito de exploração sexual. O relatório aponta casos de exploração sexual confirmados ou em investigação entre os povos parakanã, arara da Cachoeira Seca, arara da Volta Grande do Xingu e juruna do Paquiçamba. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, os 25 mil operários na região de Altamira, cidade mais impactada pelas obras, teriam aumentado a procura por serviços sexuais. Em 2010, houve 43 casos registrados de abuso sexual de menores no Conselho Tutelar de Altamira. Em 2011, quando começaram as obras, o número subiu para 75.
Relatos da pesquisa mostram que trabalhadores que realizam obras previstas como compensação à construção da hidrelétrica têm ingressado nas terras indígenas e se relacionado com índias. Também há denúncias de pilotos de embarcações que param perto das aldeias e trocam produtos, como xampu, por sexo ou ouro. O Ministério Público Federal investiga o problema e quer estabelecer parâmetros para minimizar esse impacto em novas grandes obras. A Norte Energia, responsável pela hidrelétrica de Belo Monte, diz desconhecer a base de dados da pesquisa e nega aumento nos registros de casos de prostituição, estupro e abuso sexual de crianças e adolescentes.