Pezão afirma que Complexo do Alemão será reocupado pela PM
Anúncio é feito três dias após a morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira durante uma troca de tiros
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou neste domingo (05), três dias após a morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, que o Complexo do Alemão será reocupado pela Polícia Militar. Segundo o governador, o Estado vai fortalecer a política de pacificação no Alemão e em outras comunidades.
"A gente já vem discutindo o fortalecimento de algumas UPPs. O Alemão é uma delas. Vamos entrar mais forte, fazer uma reocupação. Vamos fortalecer, colocando mais policiais. Nesses três meses de governo, já formamos mais de 1.100 PMs e vamos intensificar a ocupação no Alemão" anunciou Pezão.
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"Por todas as comunidades que eu ando, vejo que as pessoas querem a paz. E nas comunidades que ainda não foram pacificadas, as pessoas pedem que a gente leve as UPPs. É um processo de seis, sete anos, que a gente tem que ir reavaliando, vendo o que deu certo, o que deu errado, e ir adaptando. Estamos fazendo um grande esforço e não vamos retroceder. Vamos continuar investindo fortemente no Alemão e nas áreas mais conflagradas" acrescentou o governador.
Pezão informou que não será necessário o uso das Forças Armadas no Alemão, e que além da contratação de novos policiais, os efetivos das UPPs passarão por uma reciclagem.
De acordo com o governo do Estado do Rio, as UPPs dos complexos do Alemão e da Penha contam atualmente com 2.170 policiais militares, sendo 1.230 somente no Alemão.
Família do menino Eduardo embarcou para o Piauí neste domingo
O corpo do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, morto em meio a uma troca de tiros no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, foi transladado de avião para a cidade de origem da família no Piauí.
A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do estado arcará com todos os custos da viagem, do translado e do sepultamento do corpo do menino.
Eduardo foi atingido por um disparo na última quinta-feira (2), na porta de casa. A suspeita é que o tiro tenha sido disparado por policiais militares. De acordo com o governo, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) está apoiando à Divisão de Homicídios da capital na investigação. Policiais do Batalhão de Polícia de Choque e da CPP, que estavam na ocorrência, já estão respondendo a Inquérito Policial Militar (IPM). Eles foram afastados do policiamento nas ruas e tiveram suas armas recolhidas para a realização de exame balístico.
Eduardo foi a sexta vítima de bala perdida no conjunto de favelas, desde a última quarta-feira (1), quando mãe e filha também foram atingidas dentro de casa. A jovem Maynara Moura, de 16 anos, atingida no braço, recebeu atendimento médico e é a única sobrevivente.
Desde o início deste ano, confrontos são rotina no Alemão, que reúne 15 comunidades com 70 mil pessoas. Especialistas em segurança pública e moradores pedem recuo da polícia.