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PF faz novas buscas em investigação contra Aécio

Propina teria sido paga ao político pelo grupo controlador da JBS

20 dez 2018 - 08h16
(atualizado às 11h54)
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A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira nova fase da operação que investiga o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por suspeita de recebimento de propina da holding J&F para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços de Belo Horizonte ligados ao parlamentar.

De acordo com a PF, a segunda fase da operação Ross cumprirá três mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido da Polícia Federal para ampliar as investigações sobre "recebimento de vantagens indevidas por parte de um senador da República, solicitadas a um grande grupo empresarial do ramo frigorífico, entre os anos de 2014 e 2017".

O senador Aécio Neves em Brasília
O senador Aécio Neves em Brasília
Foto: Adriano Machado / Reuters

A Polícia Federal não identifica os alvos das operações por nome em cumprimento a uma regra interna.

A primeira fase da operação Ross foi deflagrada em 11 de dezembro para investigar Aécio e mais cinco parlamentares por recebimento de propina de R$ 130 milhões da J&F, controladora da processadora de carne JBS.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República, o grupo empresarial teria repassado cerca de R$ 130 milhões que foram distribuídos a parlamentares de pelo menos três legendas.

A defesa de Aécio disse, quando da primeira fase da operação, que o senador sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos e apresentar documentos necessários às investigações, e que executivos da JBS tentam transformar "doações feitas a campanhas do PSDB, e devidamente registradas na Justiça Eleitoral, em algo ilícito para, convenientemente, tentar manter os generosos benefícios de seus acordos de colaboração".

Não foi possível fazer contato com a defesa do senador nesta quinta-feira.

A J&F disse que não vai comentar a nova fase da operação, mantendo a postura adotada nas maioria das ações deflagradas pelas autoridades com base nas delações de seus executivos.

A defesa do senador divulgou nota sobre a operação. Leia a íntegra da manifestação:

Recebemos com absoluta surpresa e indignação a notícia de busca na residência da mãe do Senador Aécio Neves, seja pela completa desnecessidade e descabimento da medida, seja pela total desvinculação de sua mãe com os fatos apurados.

A busca teria sido motivada por uma “denúncia anônima” de que o imóvel teria recebido caixas com documentos no dia da operação Ross. Esse relato é mentiroso.

É lamentável que a intimidade de uma senhora seja afrontada dessa forma, sem que haja nada que justifique.

A empresa Albatroz foi fechada há vários anos, sendo, portanto, incompreensível o pedido de busca.

No mais, como dissemos em reiteradas oportunidades, o Senador Aécio sempre esteve à disposição de todas as autoridades, sendo ele o maior interessado na elucidação dos fatos.

Por fim, aguardamos a finalização célere das investigações para que fiquem provadas, de uma vez por todas, as falsas e convenientes acusações feitas por criminosos confessos que ensejam esse inquérito.

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