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PF deporta palestino suspeito de ligação com Hamas

24 jun 2024 - 15h06
(atualizado às 19h54)
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O Brasil deportou um palestino e sua família após a Polícia Federal ter sido alertada pelos Estados Unidos que um "operativo do Hamas" estava viajando ao país, disseram à Reuters fontes da PF nesta segunda-feira.

Muslim M. A. Abuumar, sua esposa grávida de 7 meses, seu filho e sua sogra, foram detidos na sexta-feira ao entrar no país no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e colocados em um voo da Qatar Airways de volta a Doha no domingo, disseram as fontes.

"O pedido veio do Departamento de Estado dos EUA", disse uma das fontes da PF com conhecimento direto do caso. "Ficou provado perante uma juíza que ele estava profundamente envolvido com o Hamas", acrescentou ele.

Uma juíza federal de São Paulo chegou a suspender temporariamente a deportação no sábado e solicitou informações à polícia, que, quando fornecidas, a levaram a rever a decisão inicial e aprovar a deportação de Abuumar e sua família.

A juíza Milenna da Cunha disse em sua decisão vista pela Reuters que a Polícia Federal recebeu um alerta da embaixada dos EUA em Brasília de que "um operativo do Hamas, Muslim Abuumar" chegaria ao Brasil na sexta-feira vindo de Kuala Lumpur.

De acordo com o recurso judicial movido pelo advogado de Abuumar, Bruno Henrique de Moura, a família palestina foi detida pela polícia ao entrar no aeroporto de Guarulhos sem mandado. Dizia que vinham visitar o irmão dele que mora no Brasil.

Fontes da PF, no entanto, disseram que Abuumar não viria para uma visita, mas para ficar no Brasil e se tornar porta-voz do Hamas. Uma delas, que falou sob condição de anonimato, disse que a grande quantidade de bagagem que trouxe com a família mostrava que ele planejava ficar mais tempo.

Essas informações foram apuradas após a PF ter recebido o alerta de autoridades norte-americanas sobre o viajante palestino, ressaltou essa última fonte.

Abuumar, de 37 anos, é diretor-executivo do Asia Middle East Center, sua esposa é malaia e seus filhos nascidos na Malásia, segundo o recurso.

Uma fonte policial disse que Abuumar voou pela primeira vez para o Brasil no ano passado, chegando em 1º de janeiro, dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse.

Lula defende uma solução de dois Estados para o conflito palestino e tem condenado a resposta militar israelense em Gaza ao ataque do Hamas em 7 de outubro contra Israel.

A Organização para a Libertação da Palestina tem um representante em Brasília desde que o Brasil reconheceu a Palestina em 1975, e o governo Lula permitiu que uma embaixada palestina fosse construída na capital brasileira em 2010, no final de seu segundo mandato como presidente.

O embaixador palestino em Brasília, Ibrahim Al Zeben, disse que ninguém contatou oficialmente a embaixada sobre Abuumar. "Confiamos na política brasileira", acrescentou ele em mensagem à Reuters.

O advogado de Abuumar disse que a polícia brasileira "simplesmente concordou com um pedido dos EUA que tinha motivação política" e se baseava no nome de Abuumar que aparecia na lista de observação terrorista do governo dos EUA.

"Os Estados Unidos usam esta lista para dificultar a vida dos ativistas pró-palestinos", disse Moura.

A decisão da juíza que aprovou a deportação citou, entre outras fundamentações, as postagens de Abuumar nas redes sociais sobre ele se reunindo em Doha com Ismail Haniyeh, principal líder político do Hamas.

PERMANÊNCIA

A magistrada também mencionou a suspeita da PF de que Abuumar estava viajando para o Brasil com sua família para que sua esposa desse à luz, para que facilitasse a permanência deles no país.

"No caso vertente, as informações foram prestadas pela Divisão de Enfrentamento ao Terrorismo da Polícia Federal, justificando a inadmissão dos impetrantes na existência de indicativos sérios de envolvimento de Muslim M. A. Abuumar com grupo terrorista, bem como na aparente incongruência entre o motivo alegado da viagem ao Brasil (turismo) e a quantidade de bagagem trazida pelos impetrantes, que, somado ao fato de Siti Aisyah Binti Mohd Munasa estar na fase final da gestação, indicariam que o grupo familiar pretende, em verdade, fixar residência no país", considerou.

A defesa de Abuumar chegou a falar no recurso em xenofobia em relação a seu cliente.

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