PF prende 18 em operação contra mineração ilegal de ouro na Amazônia; R$5,5 bi são bloqueados
Operação visa desarticular organização criminosa que extraía ouro de forma ilegal em rios de Rondônia e do Amazonas
A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira, 19, uma operação com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que extraía ouro de forma ilegal em rios dos Estados de Rondônia e Amazonas e comercializava o minério de forma irregular, com 18 mandados de prisão e o bloqueio de 5,5 bilhões de reais dos suspeitos.
Em nota, a PF em Rondônia informa que também foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão na operação Aerogold, que foi realizada nos Estados de Rondônia, Amazonas, Acre, Pará, Mato Grosso e São Paulo.
Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária de Rondônia, que determinou também o bloqueio de 5,5 bilhões de reais das contas dos investigados, de acordo com a PF.
Segundo a Polícia Federal, as investigações tiveram início em novembro de 2020, com denúncia em Rondônia sobre um avião oriundo da cidade de Japurá (AM) que chegaria a Porto Velho transportando ouro ilegal, o que levou à apreensão de três quilos do minério.
"Ao se aprofundar as investigações, constatou-se que os investigados integravam verdadeira organização criminosa, cujo objetivo era a extração ilegal de ouro na cidade de Japurá (AM), além de intensa movimentação financeira entre garimpeiros dos Estados de Rondônia, Amazonas e Pará com os compradores da matéria-prima, sediados no Estado de São Paulo", afirma a nota da PF.
"Também foram flagradas várias empresas de fachada, cujo o único objetivo era esquentar o dinheiro ilícito proveniente do garimpo ilegal retirado de regiões protegidas da floresta amazônica", acrescenta a nota.
Segundo a PF, as práticas indicam, em tese, crimes de integrar organização criminosa, executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a autorização permissão, concessão ou licença obtida; usurpação de bens da União, sonegação fiscal e, também, lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 26 anos de prisão.