PF prende 2 brasileiros por suspeita de planejar ataques terroristas no Brasil
Suspeitos foram recrutados pelo Hezbollah. Além das prisões, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em MG, SP e DF
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira, 8, dois cidadãos brasileiros por suspeita de envolvimento no planejamento de ataques terroristas em território brasileiro. Ambos foram recrutados pelo grupo extremista Hezbollah.
De acordo com a PF, um dos brasileiros foi detido na noite de terça-feira, 7, ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O segundo foi preso nesta quarta-feira também na capital paulista. As ordens são de prisão temporária, válidas pelo período de 30 dias. Até o momento, os nomes dos detidos não foram informados.
A Polícia Federal ainda inseriu mandados de prisão na lista de difusão vermelha da Interpol contra outros dois brasileiros que estão no Líbano. Os suspeitos vivem no país do Oriente Médio e têm dupla nacionalidade --brasileira e libanesa.
Foram cumpridos ainda 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo, no Distrito Federal e em Minas Gerais. Além disso, foram confiscados telefones celulares, computadores, agendas e documentos escritos.
Detalhes da investigação
As investigações revelaram que alguns desses brasileiros realizaram viagens recentes a Beirute, onde se encontraram com integrantes do Hezbollah. Durante esses encontros, foram acordados valores em troca de colaboração em atividades terroristas, além de serem estabelecidas listas de endereços a serem alvos de ataques.
O grupo sob suspeita, de acordo com os investigadores, planejava ataques contra prédios da comunidade judaica no Brasil.
A investigação teve início com informações de inteligência compartilhadas pelos governos de Israel e dos Estados Unidos, que culminou na operação realizada nesta quarta, que ganhou o nome de Trapiche.
Como mostrou o Estadão, a general americana Laura Richardson havia alertado para 'intenções malignas' do Hezbollah no Brasil, ao citar como as atividades do grupo radical na América Latina são uma 'preocupação'.