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PF terá ajuda do Senado para ouvir Snowden sobre espionagem

15 out 2013 - 16h13
(atualizado às 16h16)
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A Polícia Federal (PF) pretende pedir esclarecimentos ao ex-consultor da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden, autor das denúncias de espionagem feitas pelo governo americano. De acordo com o diretor de Inteligência da PF, José Alberto de Freitas Iegas, o contato com Snowden é "fato determinante para o prosseguimento do inquérito" que é preparado pelo órgão.

Para ele, as denúncias, até o momento, são superficiais. O jornalista britânico Glenn Greenwald, que tem divulgado o material fornecido por Snowden, deu informações genéricas. "Infelizmente achamos que as informações não foram contundentes no sentido de elucidar os fatos, nem foram contundentes para a investigação", disse nesta terça-feira Iegas, durante audiência pública da CPI da Espionagem, no Senado.

A fim de interrogar Snowden e avançar nas investigações, a PF busca ajuda de autoridades brasileiras e estrangeiras. "Estamos tentando uma cooperação internacional, a fim de conseguirmos uma oitiva com Snowden. Tentamos também pelos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores, porque este é um fato determinante para o prosseguimento do inquérito", informou o delegado.

Integrantes da CPI da Espionagem disseram que poderão ajudar a PF ouvir o ex-agente. "O embaixador da Rússia receberá a comissão na próxima quinta-feira, pela manhã. Vamos aproveitar o encontro e propor uma teleconferência com Snowden. Nela poderemos fazer uma oitiva conjunta com a PF", disse o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que é relator da comissão.

Espionagem americana no Brasil 

Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.

Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA), funcionou em Brasília pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.

Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.

O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.

Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.

Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.

Monitoramento

Reportagem veiculada pelo programa Fantástico, da TV Globo, afirma que documentos que fariam parte de uma apresentação interna da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos mostram a presidente Dilma Rousseff e seus assessores como alvos de espionagem.

De acordo com a reportagem, entre os documentos está uma apresentação chamada "filtragem inteligente de dados: estudo de caso México e Brasil". Nela, aparecem o nome da presidente do Brasil e do presidente do México, Enrique Peña Nieto, candidato à presidência daquele país quando o relatório foi produzido.

O nome de Dilma, de acordo com a reportagem, está, por exemplo, em um desenho que mostraria sua comunicação com assessores. Os nomes deles, no entanto, estão apagados. O documento cita programas que podem rastrear e-mails, acesso a páginas na internet, ligações telefônicas e o IP (código de identificação do computador utilizado), mas não há exemplos de mensagens ou ligações.

Agência Brasil Agência Brasil
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