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Pfizer negocia com Brasil para ter vacina no início de 2021

Farmacêutica diz que está em negociações com o governo para que o imunizante esteja no País no próximo trimestre

12 nov 2020 - 19h51
(atualizado às 19h56)
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O presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, afirmou nesta quinta-feira que mantém negociações com o governo brasileiro com vistas a possibilitar a chegada ao país da vacina contra Covid-19 em desenvolvimento pela empresa no primeiro trimestre do ano que vem.

30/10/2020
REUTERS/Dado Ruvic/Foto ilustrativa
30/10/2020 REUTERS/Dado Ruvic/Foto ilustrativa
Foto: Reuters

"No caso do Brasil, ainda estamos trabalhando fortemente com o governo brasileiro para tentar acelerar a disponibilidade no Brasil o mais rápido possível. Tenho esperança, como o governo também, de que no primeiro trimestre do próximo ano poderíamos estar contando com essa vacina disponível no Brasil", disse o executivo durante participação virtual em simpósio da Academia Nacional de Medicina sobre prováveis cenários de vacinação para a Covid-19.

A vacina da Pfizer Inc < PFE.N> passou a liderar nesta semana a corrida por um imunizante contra o novo coronavírus, depois que a empresa e sua parceira BioNTech anunciaram que sua candidata mostrou ter eficácia superior a 90%, com base em dados iniciais dos ensaios clínicos em estágio avançado.

A possível vacina passa atualmente por testes clínico em estágio avançado no Brasil com 3.100 voluntários nos Estados de São Paulo e da Bahia, mas não há até o momento acordo para compra pelo governo federal ou por qualquer Estado.

De acordo com o Ministério da Saúde, todas as vacinas com estudos avançados no mundo estão sendo analisadas para possível aquisição pelo governo federal, inclusive a do laboratório Pfizer.

Se for fechado um acordo, as doses seriam importadas das fábricas da Pfizer nos Estados Unidos e na Europa, mas posteriormente a empresa poderia firmar parceria com alguma instituição brasileira incluindo transferência de tecnologia, afirmou Murillo.

"Temos interesse em conversar para que essa tecnologia esteja presente no país", afirmou o executivo, lembrando que a vacina da empresa tem como base a tecnologia de RNA mensageiro, ainda inédita no mundo. "Um país como o Brasil tem que ter acesso e participar desse novo tipo de vacinas e plataformas."

Sobre a necessidade de armazenamento da vacina a temperaturas muito baixas, de no mínimo -70 graus Celsius, Murillo disse que a empresa já oferece juntamente com a vacina uma forma de armazenamento por até 15 dias que utiliza apenas gelo seco.

"Não é um tema simples e tampouco resolve a logística, mas muda muito o esquema de pensar que um país precisaria, para cada centro de vacinação, ter um ultrafreezer, não é isso", afirmou.

A vacina terá três preços diferentes: um para países ricos, outro para renda média (como o Brasil) e um terceiro valor para países subdesenvolvidos, mas o executivo não detalhou.

Até o momento, o governo brasileiro fez sua aposta principal no campo das vacinas para Covid-19 na candidata desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca. Separadamente, o Estado de São Paulo tem um acordo com a empresa chinesa Sinovac, para a coronaVac.

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