Plano de golpe: Moraes autoriza transferência de dois ‘kids pretos’ para prisão militar em Brasília
Além da transferência, militares poderão receber visita dos filhos e esposas
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a transferência de dois ‘kids pretos’ acusados de envolvimento no plano de golpe de Estado para prisão militar em Brasília (DF). A decisão é de sexta-feira, 29, mas foi publicada nesta segunda, 2.
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Os dois presos transferidos serão o general da brigada Mário Fernandes e o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo. Eles estão presos desde o último dia 19, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Contragolpe, para desarticular a organização criminosa suspeita de planejar o golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e restringir a atuação do Poder Judiciário. O plano envolvia ainda os assassinatos de Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
Os dois estão no 1º Batalhão de Polícia do Exército, no Rio de Janeiro, e serão encaminhados para o Comando Militar do Planalto, na capital federal. Conforme a decisão, também ficou autorizada a visita para filhos e esposa dos dois militares. Demais visitas devem ser solicitadas previamente para autorização do ministro.
“Autorizo a transferência do militar investigado para instalações do Comando Militar do Planalto para cumprimento da prisão preventiva determinada nestes autos, observadas as Normas Administrativas para Prisão Especial (NAPE), que têm por finalidade regular os procedimentos adotados em caso de prisão especial de militares que se encontram à disposição das Justiças Militar ou Comum”, diz um trecho da decisão, tomada após a solicitação de transferência das defesas.
Indiciados
Além de Mário Fernandes e Rodrigo Bezerra de Azevedo, também foram indiciados pelo caso outras 35 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o general Braga Netto (PL) sob acusações de abolição violenta do Estado democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.
O relatório da investigação foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a divulgação da lista completa dos indiciados, incluindo ex-ministros, generais, militares e ex-assessores ligados ao governo Bolsonaro. De acordo com a PF, a publicação dos nomes busca evitar a propagação de informações falsas sobre o caso.
Entre os indiciados estão figuras de destaque do governo anterior, como o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; e Mauro César Barbosa Cid, conhecido como “Coronel Cid”, que atuava como ajudante de ordens de Bolsonaro. Também constam na lista nomes como o de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro, e o assessor especial Tércio Arnaud Tomaz.