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PMs acusados da morte de adolescente estão presos no RJ

19 jun 2014 - 00h26
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Os cabos da Polícia Militar (PM) Fábio Magalhães Ferreira e Vinícius Lima Vieira estão presos na unidade prisional da PM. Segundo o titular da Divisão de Homicídios da capital (DH), delegado Rivaldo Barbosa, a prisão temporária dos policiais foi decretada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), depois de o Poder Judiciário receber da DH cópias de fotos e documentos sobre a morte do adolescente Mateus Alves dos Santos, 14 anos, e da tentativa de homicídio de outro menor, no Sumaré, zona norte do Rio, na última quarta-feira (11). O adolescente sobrevivente, de acordo com o delegado, tem um ferimento à bala nas costas e outro na perna.

Conforme o corregedor da PM, coronel Sidney Sampaio, logo que a polícia foi informada do caso, o comandante da corporação, coronel José Luiz Castro Menezes, determinou que a Corregedoria e a 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar auxiliassem a DH, levantando dados e documentos que pudessem colaborar com as apurações. Os cabos são acusados da apreensão dos adolescentes, na Avenida Presidente Vargas, centro do Rio, e de levá-los para o Sumaré, onde foi encontrado o corpo de Mateus.

O corregedor informou que foi feito o rastreamento do GPS (sitema de navegação por satélite) dos veículos da PM, no local onde os adolescentes foram abordados e onde foi encontrado o corpo de um deles. Além disso, foram analisadas as imagens gravadas no hard drive (HD) dos carros. Elas mostram que no caminho os cabos passaram pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, mas não fizeram registro da apreensão dos jovens no local.

“Verificamos o momento em que começaram a perseguição aos adolescentes, os prenderam e os colocaram dentro da viatura e se dirigiram até o Sumaré. Até o momento em que temos imagens, eles retiram um adolescente de dentro da viatura começam a conversar com ele, e como a gente perde a imagem por um determinado momento, não temos como dizer o que fizeram, mas posteriormente a gente verifica que eles descem com a viatura, sem a presença dos adolescentes. O áudio está muito ruim, mas será analisado posteriormente”, contou o corregedor.

O coronel acrescentou que em função dessa dinâmica e do corpo do adolescente no local, a Corregedoria pressupõe que o fato ocorreu da maneira relatada. “A DH vai aprofundar as investigações, e a PM vai colaborar no que for necessário para as investigações”, ressaltou.

Para o delegado, as imagens comprovam a participação dos cabos no crime. “As imagens são categóricas em mostrar isso. São bem claras”, contou, acrescentando que um dos policiais confirmou que levou os adolescentes no carro, enquanto o outro disse que só falará em juízo.

As armas dos PMs foram apreendidas e encaminhadas à perícia. Na avaliação do delegado, não há dúvida de que os dois policiais executaram Mateus e tentaram matar o outro adolescente, que ele não pode dizer o nome. Segundo Rivaldo Barbosa, os policiais são acusados de homicídio e tentativa de homicídio, nos dois casos do tipo qualificado, por terem impossibilitado a defesa da vítima. “Por determinação legal, eles vão responder nas duas esferas. No que diz respeito ao homicídio é determinação da Constituição que respondam na Justiça comum, e por certo haverá um inquérito na PM, que vai apurar os fatos”, explicou.

O coronel Sampaio disse que a Corregedoria vai fazer um inquérito policial militar. “Esse procedimento [dos cabos] não é o que a PM preconiza. As normas dizem que em sendo abordada a pessoa, ela deve ser encaminhada à delegacia. Todos esses fatos relativos a transgressões disciplinares e/ou crimes a gente vai apurar dentro do inquérito policial militar”, esclareceu.

Agência Brasil Agência Brasil
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