Polícia apura se empresário morreu envenenado por brigadeirão levado por namorada no RJ
Corpo em estado avançado de decomposição foi encontrado em apartamento após vizinhos sentirem forte cheiro
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, que teria sido envenenado pela própria namorada, Júlia Andrade Cathermol Pimenta, que está foragida. O caso aconteceu no último dia 17, quando os dois foram vistos pela câmera de segurança do elevador do prédio onde ele morava, no Engenho de Dentro.
Segundo a investigação, nas imagens, o empresário aparece segurando um prato com um brigadeirão. As informações são da TV Globo. A suspeita é que Júlia já tivesse envenenado o doce para matar o companheiro. Luiz Marcelo foi encontrado morto, em estado avançado de decomposição, após vizinhos sentirem um forte cheiro vindo do apartamento, e acionarem as autoridades.
O laudo da necrópsia não aponta a causa da morte, mas indica uma pequena quantidade de líquido achocolatado no sistema digestivo da vítima. Também foi identificado um analgésico forte na cena do crime. Foi apurado que Júlia, 9 dias antes das imagens do elevador, foi até uma farmácia e pediu o medicamento de uso controlado.
Desde o último dia 20, a polícia apura a causa da morte do empresário. Júlia, namorada de Luiz, teria cometido o crime para ficar com bens e dinheiro da vítima. As autoridades acreditam que ela passou todo o fim de semana no apartamento com o corpo do namorado.
Suyany Breschak, uma amiga de Júlia, foi presa por suspeita de participação no planejamento do crime. Ela teria recebido bens da vítima, segundo a polícia.
O corpo foi encontrado no sofá da sala, ao lado de cartelas de morfina. Ele estava sentado, com dois ventiladores ligados, um no teto e outro no chão, em direção à janela, que estava aberta, de acordo com informações da TV Globo. A cena levantou suspeitas de que a morte não teria sido natural, após a perícia encontrar uma marca na cabeça da vítima, indicando um possível golpe. A perícia foi até o local e o caso passou a ser investigado pela 25ª DP (Engenho Novo).
Luiz Marcelo foi visto pelos vizinhos pela última vez na tarde do dia 17, quando saiu da piscina do prédio acompanhado da namorada. Segundo o laudo do Instituto Médico-Legal (IML), ele morreu de 3 a 6 dias antes de o corpo ser encontrado, e a causa da morte foi inconclusiva para marcas ou lesões. No entanto, a polícia solicitou exames que ainda não tiveram os resultados divulgados.
Júlia foi intimada a depor dois dias depois do encontro do cadáver. Ela disse que saiu da casa de Luiz na segunda-feira, depois de uma briga no domingo, mas que ele estava bem, e chegou a fazer café da manhã para ela.
A polícia analisou as imagens das câmeras de segurança do prédio, que mostram Luiz e Júlia na sexta-feira, no elevador, indo e voltando da piscina.
Saída do prédio levantou suspeitas
Júlia saiu do prédio de Luiz com malas às 13h de segunda-feira, dia 20 de maio. No sábado anterior, ela já tinha saído com o carro dele, e não voltou com o veículo. Segundo a Polícia Civil, com a ajuda de sua comparsa, a cigana Suyany Breschak, ela se desfez dos bens do namorado, inclusive de seu carro.
O veículo foi levado para Cabo Frio, na Região dos Lagos, após supostamente ter sido vendido por uma quantia de R$ 75 mil. Abordado pelos policiais, o homem que estava com o carro chegou a apresentar um documento escrito à mão, que ele disse ter sido assinado pela vítima, transferindo o bem. Com o mesmo homem, foram encontrados o telefone celular e o computador de Luiz Marcelo. Ele foi preso em flagrante por receptação.
A polícia chegou à cigana, que disse que Júlia tinha uma dívida com ela de cerca de R$ 600 mil. A namorada seria garota de programa e estaria em um relacionamento com outro homem, além de Luiz. Na data do crime, ela teria oferecido a Luiz Marcelo um brigadeirão envenenado.
Ainda segundo Suyany Breschak, a autora permaneceu no apartamento e mandava mensagens se queixando do cheiro do corpo. Ela chegou a dizer que havia um urubu na janela. Júlia também teria enviado mensagens pelo celular do morto, se passando por ele.
Em depoimento, a cigana confessou ter ajudado a dar fim aos pertences da vítima e revelou que boa parte de seus ganhos vinham dos pagamentos da dívida. Contra ela, foi cumprido um mandado de prisão temporária por homicídio qualificado.
Júlia chegou a dizer em depoimento que não sabia da morte de Luiz, e que a vítima teria aberto uma conta conjunta nos nomes dos dois. Imagens mostraram a mulher indo ao condomínio para buscar o cartão desta conta, entregue por correspondência, enquanto o homem já estava morto.
Procurada pela polícia
Um cartaz com a foto de Júlia foi divulgado pelo Disque Denúncia nesta quarta-feira, 29, para ajudar no inquérito policial instaurado pela 25ª DP (Engenho Novo). O objetivo é buscar informações que possam ajudar a localizar Júlia Andrade Cathermol Pimenta.