Acusação vai pedir adiamento da audiência de Elize Matsunaga
O advogado Luiz Flávio Borges D'Urso afirmou na manhã desta quarta-feira que irá pedir o adiamento da audiência de depoimento de Elize Matsunaga, acusada de matar o marido, o empresário Marcos Matsunaga, em maio do ano passado. Na opinião do advogado de acusação, a audiência, no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, só deve ocorrer após a exumação do corpo da vítima, prevista para acontecer nos próximos 15 dias. "A defesa entende que só deve acontecer a audiência após feita a exumação e a perícia", disse Borges.
O promotor José Carlos Cozenzo afirmou que não espera novidades no depoimento da acusada. "Vão citar aqui o Barão de Itararé: 'de onde menos se espera, não vem nada'". Elize é assassina confessa e vai dar a sua versão do crime. Para a promotoria, o importante é observar se há deslizes e contradições no que ela diz. Além dela, a Justiça também convocou a modelo Nathalia Vila Real Lima, 24 anos, apontada como amante do empresário.
O caso
Executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio deste ano. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Cotia, na Grande São Paulo. Segundo apuração inicial, o empresário foi assassinado com um tiro e depois esquartejado.
Principal suspeita de ter praticado o crime, a mulher dele, a bacharel em Direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, 38 anos, teve a prisão temporária decretada pela Justiça no dia 4 de junho. Eles eram casados há três anos e têm uma filha de 1 ano. O empresário era pai também de um filho de 3 anos, fruto de relacionamento anterior.
De acordo com as investigações, no dia 19 de maio, a vítima entrou no apartamento do casal, na zona oeste da capital paulista e, a partir daí, as câmeras do prédio não mais registram a sua saída. No dia seguinte, a mulher aparece saindo do edifício com malas e, quando retornou, estava sem a bagagem.
Durante perícia no apartamento, foram encontrados sacos da mesma cor dos utilizados para colocar as partes do corpo esquartejado do executivo. Além disso, Elize doou três armas do marido à Guarda Civil Metropolitana de São Paulo antes de ser presa. Uma das armas tinha calibre 380, o mesmo do tiro que matou o empresário.
Em depoimento, dois dias depois de ser presa, Elize confessou ter matado e esquartejado o marido em um banheiro do apartamento do casal. Ela disse ter descoberto uma traição do empresário e que, durante uma discussão, foi agredida. A mulher ressaltou ter agido sozinha.
No dia 19 de junho, o juiz Adilson Paukoski Simoni, da 5ª Vara do Júri no Fórum da Barra Funda, aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo e decretou a prisão preventiva da acusada.