Acusada de envenenar merenda vai a júri por tentativas de homicídio no RS
A merendeira Wanuzi Mendes Machado, 25 anos, acusada de ter colocado veneno de rato na comida de uma escola de Porto Alegre, será julgada por 39 tentativas de homicídio. A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) aceitou a denúncia do Ministério Público (MP-RS) em decisão unânime. O veneno foi posto no estrogonofe servido no almoço do dia 4 de agosto, na Escola Estadual Doutor Pacheco Prates, em Belém Velho, na capital gaúcha, e intoxicou 39 alunos e funcionários, inclusive a própria merendeira.
A Justiça estadual contrariou uma decisão do 2º Juizado da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, que, em setembro de 2011, havia rejeitado a acusação por tentativas de homicídio. O juiz Leandro Raul Klippel havia considerado que, embora o produto contivesse uma substância letal, a sua concentração era muito baixa, incapaz de levar uma pessoa a óbito.
Na terça-feira, os desembargadores do TJ-RS entenderam que, devido ao meio utilizado, o veneno, a ineficácia é relativa - para eles, trata-se de crime tentado e não impossível. A relatora do recurso foi a juíza Rosane Ramos de Oliveira Michels.
Agora, o processo retorna para a origem e haverá a fase de instrução criminal para análise da admissibilidade da acusação. Caso seja pronunciada, Wanuzi poderá ir a júri popular.