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Polícia

Acusado de matar namorada grávida pega 30 anos de prisão

Júri entendeu que Lucas da Conceição matou Raissa Evelyn depois de ela ter se negado a fazer um aborto. Corpo da vítima não foi localizado até hoje. Defesa vai pedir novo julgamento

23 nov 2018 - 23h47
(atualizado em 24/11/2018 às 11h52)
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A pena foi agravada pelo homicídio qualificado e pela ocultação do cadáver
A pena foi agravada pelo homicídio qualificado e pela ocultação do cadáver
Foto: Reprodução/Facebook / Estadão Conteúdo

O tribunal do júri condenou a 30 anos de prisão, nesta sexta-feira, 23, um rapaz acusado de assassinar a namorada, Raissa Evelyn Cardoso da Costa, de 20 anos, e sumir com o corpo em Campos do Jordão, interior de São Paulo. A sentença foi dada após dez horas de julgamento.

Os jurados acataram a tese da acusação de que Lucas da Conceição, de 23 anos, matou a jovem depois que ela revelou que estava grávida e se negou a fazer o aborto. O rapaz teria desaparecido com o corpo da vítima que, apesar das buscas intensas, não foi encontrado.

A pena foi agravada pelo homicídio qualificado e pela ocultação do cadáver. A defesa do acusado, que sempre negou o crime, informou que vai entrar com pedido de novo julgamento, pois a condenação foi desprovida de provas. Um tio de Raíssa disse que a família considerou que houve justiça, mas lamentou a falta de informações sobre a localização do corpo da jovem para "dar sepultamento digno".

Raissa desapareceu em fevereiro de 2016, depois de ser vista na companhia do namorado na entrada da cidade. Conforme o inquérito, os dois jovens mantinham um relacionamento secreto e se encontravam em locais ermos. Após ter sido flagrado por câmeras, num posto de combustível, Conceição admitiu ter estado com Raissa, mas alegou que a deixara com vida. Quando foi abordado pela polícia, ele tinha ferimentos no corpo e disse que tinha sido vítima de assalto, o que nunca foi confirmado.

O celular da vítima foi encontrado próximo do cemitério da cidade, mas o conteúdo tinha sido apagado. A perícia no celular do suspeito apontou que ele estivera com um amigo numa área de mata. O amigo chegou a ser detido, mas foi liberado. Após cinco meses de investigação, a polícia descobriu a gravidez de Raissa. Ela teria dito a amigas, testemunhas no processo, que o namorado pediu que abortasse, mas ela iria dizer a ele que teria o bebê. Para a polícia, essa foi a motivação para o crime.

Durante o processo, o suspeito admitiu que chegou a comprar medicamento para que ela abortasse, mas ela se negou a tomar. A família de Raissa desconhecia o namoro. Após seu desaparecimento, familiares e amigos realizaram campanhas na cidade e pelas redes sociais na tentativa de encontrá-la. A polícia realizou buscas com cães farejadores em matas e sítios entre Campos de Jordão e Tremembé, mas nada encontrou até agora.

Estadão
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