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Polícia

Adolescente de 15 anos é morto durante abordagem policial

Policiais afirmaram que garupa da moto guiada pelo adolescente havia apontado arma contra eles

2 nov 2018 - 16h17
(atualizado às 16h59)
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A Corregedoria da Polícia Militar investiga a morte de um adolescente de 15 anos morto durante uma abordagem policial na noite de quarta-feira, 31, no Jaraguá, zona norte de São Paulo. O balconista Daniel Mendes dos Santos, de 19 anos, que estava na garupa da moto guiada pelo adolescente foi preso, acusado de apontar uma arma contra os policiais, e também terminou baleado.

A família do jovem morto contesta a versão, dizendo que nem o rapaz morto nem o preso estavam armados.

Segundo a Secretaria Estadual da Segurança Pública, o registro do caso diz que policiais militares faziam patrulhamento de rotina do bairro quando foram informados de um chamado feito ao telefone 190, feito por um cidadão que suspeitou da presença de dois rapazes em uma moto quando ia buscar sua filha em casa. Os policiais passaram a procurar pela moto com a dupla.

Rua Arroio da Seca, na zona norte de São Paulo, onde adolescente foi morto durante abordagem policial
Rua Arroio da Seca, na zona norte de São Paulo, onde adolescente foi morto durante abordagem policial
Foto: Reprodução/Google Street View / Estadão

Ainda segundo a versão oficial, quando cruzaram com o carro da polícia, os ocupantes da moto teriam se surpreendido e Santos, que portaria uma arma, a apontou na direção dos policiais. Os agentes do Estado reagiram e atiraram nos dois rapazes, que perderam o controle da moto e caíram. Feridos, ambos foram levados ao Hospital Geral de Taipas, na zona norte. O adolescente não resistiu.

A secretaria informa ainda que o cidadão que pediu ajuda à polícia, um motorista de 42 anos, reconheceu Santos como o homem que havia o assustado.

A mãe de Santos, Lineze Pinheiro Mendes, de 49 anos, dá uma versão diferente. Ela conta que o filho, que serve salgados e bebidas no bar do tio há seis meses, havia sido chamado pelo menor, seu primo, para andar de moto pelas ruas do bairro quando foram alvo dos tiros da polícia. "Ele não estava armado, nunca teve arma e nunca foi preso", diz a mãe.

"Eu estava fazendo o jantar quando avisaram que eles estavam caídos. Cheguei lá e ele estava em convulsão. Os policiais disseram que era por causa de drogas, mas meu filho nunca usou. Ele caiu e bateu a cabeça há alguns anos, e tinha convulsões. Fazia tempo que não tinha. Mas, como caiu da moto, acho que bateu a cabeça de novo", diz a mãe.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), órgão da Polícia Civil que atua no caso de mortes praticadas por policiais militares, também abriu inquérito. Segundo sua mãe, Santos passou por audiência de custódia e continuou preso. "Falaram que ele vai ficar quatro meses lá. Eu quero tirar meu filho da prisão", afirma a mãe.

Estadão
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