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Polícia

Advogado do pai de Bernardo questiona 'indícios fracos'

13 mai 2014 - 19h06
(atualizado às 19h44)
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O advogado de Leandro Boldrini, Jader Marques, após a exposição da Polícia Civil sobre o inquérito da morte do menino Bernardo
O advogado de Leandro Boldrini, Jader Marques, após a exposição da Polícia Civil sobre o inquérito da morte do menino Bernardo
Foto: Felipe Schroeder Franke / Terra

Após a entrevista coletiva na tarde desta terça-feira em que a Polícia Civil apresentou a síntese do inquérito sobre o homicídio de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, o advogado de Leandro Boldrini, pai do menino, questionou a argumentação "fraca" apresentada pelos investigadores. No inquérito, Leandro é considerado o mentor e executor do assassinato de Bernardo, tendo sindo indiciado por homicídio qualificado ao lado de Graciele Ugoline, madrasta do garoto.

"Houve uma divulgação prematura de convicção da autoridade policial, porque não veio, por esta entrevista coletiva, e pelo inquérito policial apresentado, nenhum elemento concreto com relação a meu cliente, nenhum mesmo", afirmou o advogado de Leandro, Jader Marques. "Não estou falando aqui que não possa haver um ou outro indício em relação a ele, mas são indícios tão fracos, (porque são) elementos que dependem das impressões subejtivas da autoridade."

O indiciamento de Leandro já era esperado, mas a Polícia Civil não entregou provas materiais da participação dele. De fato, a argumentação dos investigadores é baseada em condutas e supostas incoerências apresentadas por Leandro na condição de um pai que busca pelo filho desaparecido. "Desde o início, notamos um comportamento totalmente diferente do que se espera de um pai cujo filho está desaparecido; parecia estar sempre tranquilo", afirmou em sua exposição na tarde desta terça-feira, em Três Passos, a delegada responsável pelo caso, Caroline Bamberg Machado.

O advogado também contestou a suposta apatia do pai: Leandro teria, segundo consta dos documentos do inquérito, reagido com indigação e raiva ao saber de Graciele que seu filho havia sido assassinado; a polícia sustenta, no entanto, que sua reação se caracterizou por saber que "estava envolvido" no caso. Jader também questiona as supostas conversas telefônicas que teriam por objetivo orquestrar uma estratégia de defesa que livrasse Leandro. Para o advogado, é "leviandade" utilizar estas conversas como prova para indiciar um suspeito.

O caso

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos, depois de – segundo a versão da família - dizer ao pai que passaria o fim de semana na casa de um amigo. O corpo do garoto foi encontrado no dia 14 de abril, em Frederico Westphalen, dentro de um saco plástico e enterrado às margens do rio Mico. Na mesma noite, o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz foram presos pela suspeita de envolvimento no crime

Segundo a Polícia Civil, o menino foi dopado antes de ser morto, possivelmente com uma injeção letal. No dia 10 de maio, um quarto suspeito de envolvimento no crime foi preso: Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia. Para a polícia, indícios apontam que ele participou da ocultação de corpo do menino.

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Fonte: Especial para Terra
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