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Polícia

Após mais de 50 horas de julgamento, Elize será interrogada

3 dez 2016 - 12h05
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Elize Matsunaga (à esquerda)
Elize Matsunaga (à esquerda)
Foto: Oslaim Brito / Futura Press

Após quatro anos e meio cumprindo prisão em regime fechado, a bacharel em direito Elize Matsunaga, 35 anos, será interrogada neste sábado (3) sob a acusação de matar e esquartejar seu ex-marido Marcos Matsunaga, um dos herdeiros do grupo Yoki, em maio de 2012. A sentença deverá ser conhecida na madrugada deste domingo, por uma decisão do conselho de sentença. O júri foi iniciado na segunda-feira e já soma mais de 50 horas de depoimentos. Foram ouvidas 16 testemunhas no período.

Os trabalhos foram abertos por volta das 10h deste sábado, no Fórum da Barra Funda, com a leitura de partes do processo e apresentação de vídeos que foram anexados aos autos. A previsão é de que por volta do meio-dia ela comece a ser ouvida.

Elize será interrogada pelo juiz Adilson Paukoski e irá responder às perguntas de seus advogados de defesa. Porém, ela não deverá responder as questões do Ministério Público, encarregado da acusação. Em seguida ela ficará disponível para eventuais perguntas dos sete jurados que compõe conselho de sentença.

Após o interrogatório, serão cinco horas de debate entre acusação e defesa. No primeiro momento, o Ministério Público dispõe de uma hora e meia, mesmo tempo destinado aos advogados de Elize. Depois disso, cada uma das partes terá mais uma hora cada para réplica e tréplica.

Terminado o debate, o conselho de sentença vai se reunir para definir o resultado do julgamento, que deverá ser conhecido já na madrugada de domingo. Fazem parte deste conselho quatro mulheres e três homens.

Como Elize é ré confessa do crime, o principal objetivo de sua defesa é diminuir uma eventual pena, dentro do que prevê a lei. Pelo homicídio, a acusada está sujeita a uma pena entre seis e 20 anos de prisão. 

Porém, a acusação pretende que a condenação se dê por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe (moralmente desprezível), meio cruel e recursos que dificultaram a defesa da vítima, o que poderia elevar a pena para um total de 30 anos. Marcos foi baleado na cabeça e posteriormente teve o corpo esquartejado em seis partes.

De acordo com o promotor José Carlos Cosenzo, Elize é uma das pessoas mais frias que ele já conheceu. "Nós acreditamos que o crime que ela cometeu se encaixa perfeitamente às três qualificadoras. Condená-la será uma homenagem à vítima e à família dele", disse.

Para o advogado de defesa Luciano Santoro, as três qualificadoras podem perfeitamente ser descartadas. "Conseguimos provar com as nossas testemunhas que ele não foi esquartejado ainda com vida, que a morte não foi feita por meio de uma emboscada e que o interesse dela não era o dinheiro da vítima. Ela vinha sendo cotidianamente humilhada e agiu sob forte emoção no momento do disparo", disse.

O crime 

O executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio de 2012. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Caucaia do Alto, na Grande São Paulo. Elize Matsunaga teve a prisão temporária decretada pela Justiça no dia 4 de junho de 2012.

Fonte: Especial para Terra
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