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Polícia

Após três mortes, boatos assustam taxistas em Porto Alegre

2 abr 2013 - 11h24
(atualizado às 15h39)
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Taxistas bloqueiam vias de Porto Alegre em protesto pelo assassinato de três colegas
Taxistas bloqueiam vias de Porto Alegre em protesto pelo assassinato de três colegas
Foto: Daniel Favero / Terra

Os boatos de ligações com ameaças recebidas por rádio-táxis em Porto Alegre, onde três motoristas foram mortos na madrugada de sábado, têm deixado os motoristas temerosos nas ruas da cidade, principalmente, durante a madrugada, o que tem provocado mudanças na rotina de quem trabalha na noite.

Os taxistas têm ligado para as empresas para averiguar as informações, e na terça-feira, até a polícia entrou em contato com as rádios, já que essas ameaças relatadas pelos taxistas têm sido divulgadas até pela imprensa local. Uma das empresas afirma que recebeu uma ligação, mas consideram se tratar apenas de uma brincadeira de mau gosto. "Recebemos uma ligação, mas era trote, esse tipo de coisa a gente desconsidera", afirma o diretor da teletáxi Gaúcha, Reonaldo Gonçalves de Souza.

O gerente administrativo da Rádio-Táxi Cidade, uma das maiores de Porto Alegre, Cesar Augusto da Silva, diz que não há muito que possa ser feito pela empresa para ajudar na segurança dos motoristas nas ruas. "O que podemos fazer é aconselhar o pessoal a priorizar os chamados da rádio, para evitar passageiros nas ruas, estacionarem em grupos, identificar as pessoas de forma educada, perguntando onde quer ir, mas é uma coisa muito vaga", afirma. 

Enquanto isso, movidos pela revolta gerada pela morte de colegas, os taxistas se unem em buscam de informações que possam ajudar a identificar o assassino. A polícia ainda não tem pistas sobre a identidade do assassino, que seria apenas uma pessoa, e aposta nas hipóteses de homicídio e latrocínio, como principais linhas de investigação. 

A polícia descartou, ainda no domingo, que as mortes de outros três taxistas em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, tivessem sido praticadas com a mesma arma, apesar do calibre ser o mesmo.

No entanto, a forma como o crime foi praticado em Porto Alegre é considerado inédito na cronologia da crônica policial, já que se tratam de assassinatos cometidos com uma arma de calibre 22, que não é muito comum em assaltos. O secretário de Segurança Pública, Airton Michels, disse que "podemos estar diante de um psicopata".

A segurança dos taxistas em Porto Alegre poderia ser maior se a Câmara de Vereadores tivesse apreciado o projeto de lei 007/13 que versa sobre a instalação de sistemas de GPS nos 3.920 táxis que circulam pela cidade. A proposta, de autoria do Executivo municipal no início de março, ainda está sob análise da Comissão de Constituição de Justiça da Casa.

A proposta prevê a instalação dos equipamentos, que seriam pagos pelos motoristas, mas com possibilidade de exibirem anúncios, o que subsidiaria o envio dos dados e compra do equipamento. Com esse equipamento seria possível monitorar em tempo real a localização dos motoristas. 

No entanto, o Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre tem se posicionado contra a proposta porque entendem que o motorista terá que arcar com o custo de um equipamento que será usado pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) para monitorar a movimentação dos veículos.

Fonte: Terra
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