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Polícia

Atirador deixou 2ª carta e alegou proteger "fornecedores"

10 abr 2011 - 21h16
(atualizado em 11/4/2011 às 08h42)
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O homem que atirou contra alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio, deixou uma segunda carta sobre o ataque em sua casa. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, queimou seu computador e explicou num bilhete que precisava fazer isso para "proteger fornecedores", conforme mostrou neste domingo com exclusividade o programa Fantástico, da Rede Globo. Ele não explicou quem seriam essas pessoas, mas a polícia chegou aos homens que lhe venderam as duas armas usadas no tiroteio e descobriu que ele fez pesquisas sobre aulas de tiros.

Imagens mostram frieza de assassino em escola de Realengo:

Veja como foi o ataque aos alunos em Realengo

Veja localização de escola invadida por atirador

Wellington também disse que pessoas que "se aproveitam da bondade ou da inocência de um ser" foram as "responsáveis por todas essas mortes, inclusive a minha". Na carta, deixou sinais de que teria sofrido bullying no colégio: "Muitas vezes, aconteceu comigo de ser agredido por um grupo e todos os que estavam por perto debochavam, se divertiam com as humilhações que eu sofria sem se importar com meus sentimentos".

"Quero parabenizar o irmão Casey Heynes pela sua excelente atitude", registrou, numa referência ao menino que ficou famoso após um vídeo em que aparece revidando ao bullying vazar na internet. O Fantástico também mostrou que o atirador organizava sua rotina com disciplina, anotando o horário para cada atividade e cada refeição, especificando os alimentos. A organização constratava com a sujeira em que vivia, com restos de comida espalhados pela casa.

Na oficina da casa, os investigadores encontraram fogos de artifício desmontados. Ele adaptou pedaços de cano de PVC no cinto para facilitar a retirada dos recarregadores das armas. As roupas escolhidas para o dia do ataque também são consideradas indícios de que Wellington preparou cuidadosamente cada detalhe do crime. Além do cinturão, estava usando luvas e botas tipo coturno. Carregava uma mochila com uma bomba caseira e textos religiosos, que falam de inferno, alma, espírito, morte e ressurreição.

Sobre a cama de Wellington, também foram encontrados manuscritos e livros de cunho religioso. Não há clareza nas anotações e nas referências confusas feitas pelo assassino, mas elas podem abrir a vertente de investigação sobre uma eventual ligação de Wellington com grupos que, de algum modo, lhe teriam fornecido subsídios aos seus planos ou aspirações.

O programa também exibiu imagens inéditas do dia do ataque à escola. Nas cenas do circuito interno, de instantes após os tiros, um menino aparece baleado, agonizando no corredor, enquanto policiais militares e populares passam ao seu lado, sem lhe prestar ajuda, que só chega 10 minutos depois. A Polícia Militar enviou uma nota ao Fantástico, argumentando, entre outras coisas, que a demora na ação se deu porque havia, então, a hipótese de um segundo atirador. O menino, de 15 anos, está internado.

Atentado

Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e, segundo a polícia, se suicidou logo após o atentado. O atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola quando foi acionado. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Numa carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão a Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.

Fonte: Terra
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