BA: mestre de capoeira volta para prisão após morte de mulher
O mestre de capoeira Roberto de Jesus dos Anjos, conhecido como King Kong, 49 anos, voltou a ser preso na terça-feira, cerca de 24 horas após deixar a carceragem da 2ª Delegacia Territorial (Lapinha), em Salvador. Ele é acusado de atear fogo no corpo da mulher, Antônia Brito Souza dos Anjos, 45 anos, que morreu anteontem no Hospital Geral do Estado (HGE).
A vítima teve 70% do corpo queimado. O crime foi cometido na residência do casal, na rua 3 de Novembro, em Pau Miúdo, na madrugada de domingo. As chamas atingiram o próprio capoeirista e seu filho, o armador de móveis Robenilson Souza dos Anjos, 26 anos. Roberto foi preso em um edifício na rua Afonso Celso, e investigadores da 6ª Delegacia Territorial (Brotas), que efetuaram a prisão, confirmaram ter recebido a denúncia de que ele estaria no apartamento de um amigo preparando-se para fugir.
Escondendo o rosto com um cobertor, mas expondo braços e pernas com queimaduras, Roberto disse que não tinha a intenção de ferir a mulher. "Foi azar. Toquei fogo na estante, mas acabou pegando nela. Se fosse para matá-la, não teria enfrentado o fogo para salvá-la, mas teria fugido", afirmou, chorando. Ele apresentou a versão de que Robenilson e Antônia teriam provocado sua ira. "Ele ficou me desafiando, dizendo que ele é que mandava na casa. Não queria que Antônia bebesse, pois ela era problemática com bebida. Mas nunca a agredi", disse.
Roberto ainda negou que o motivo da discussão seria o sumiço de R$ 150, como chegou a ser noticiado. Preso em flagrante, ele foi transferido à tarde para a sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e prestava depoimento ao delegado Adalgiso Sobral.
O corpo de Antônia foi sepultado na tarde de ontem, no cemitério Quinta dos Lázaros. Com os braços enfaixados, Robenilson esteve no funeral, mas preferiu não falar com a imprensa. "Espero que o mestre pague por isso. Não há justificativa para o que ele fez. Quando a relação não dá certo, que se separem", disse Hélio Brito, irmão de Antônia. Amigos contaram que Roberto era violento.