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Polícia

Beltrame defende punições rigorosas para garantir manifestações pacíficas

13 fev 2014 - 14h16
(atualizado às 15h03)
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O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, defendeu nesta quinta-feira o projeto de lei que encaminhou ontem ao Senado para tipificar o crime de desordem e afirmou que ações violentas devem sofrer punições rigorosas. Para Beltrame, é necessário "colocar ordem nos protestos" e inibir a violência. Sobre a morte do cinegrafista atingido durante manifestação contra o aumento das passagens de ônibus, ele falou que apenas o Rio de Janeiro ainda não havia registrado morte em protestos. As declarações foram dadas em um bate-papo online promovido pelo governo estadual.

Beltrame afirmou que casos frequentes de manifestantes que eram detidos e logo liberados foi um dos motivos para elaborar o projeto, entregue aos senadores Vital do Rêgo (PMDB-PB) e Pedro Taques (PDT-MT), propondo regras a serem seguidas por manifestantes e penas rígidas em caso de violência nos protestos. Ele considera necessário que manifestantes envolvidos em ações violentas tenham punições duras para refletir sobre seus atos. O secretário de Segurança Pública afirmou ainda que é o uso de máscaras em protestos de rua.

Atingido em protesto, cinegrafista tem morte cerebral

Santiago foi atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela secretaria no início da tarde de 10 de fevereiro, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital onde ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva.

Jurista critica projeto antiterrorismo: “não podemos ser tidos como otários”:

O tatuador Fábio Raposo confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu Santiago. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão.

Raposo ajudou a polícia a reconhecer um segundo responsável pelo disparo do artefato que causou a morte do cinegrafista. O tatuador, preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro, afirmou, de acordo com o relato do delegado, que “eles se encontravam em manifestações" e que "esse rapaz tem perfil violento”.

Ele pediu pra não ir, diz colega do cinegrafista Santiago sobre dia do protesto:

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou, na manhã do dia 11, uma foto do suspeito de ter acendido o rojão que atingiu Santiago Andrade. Caio Silva de Souza, 23 anos, tem duas passagens pela polícia e era considerado foragido desde que foi expedido um mandado de prisão temporária em seu nome. Fábio Raposo, que passou o rojão, reconheceu o autor do disparo a partir da imagem levada pelo delegado.

Procurado por homicídio doloso qualificado – quando há intenção de matar – por uso de artefato explosivo e pelo crime de explosão, o suspeito foi preso na madrugada de 12 de fevereiro em uma pousada na cidade de Feira de Santana, na Bahia. De acordo com o advogado Jonas Tadeu Nunes, que também defende Fábio Raposo, Caio Silva de Souza seguia em direção ao Ceará, para a casa de um avô, mas foi convencido a se entregar. Ele não reagiu ao ser preso.

Fonte: Terra
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