Bolo envenenado: polícia encontra recibo de arsênio vindo do correio assinado por suspeita
O comprovante do recebimento do veneno foi obtido pela Polícia Civil
O caso do bolo envenenado com arsênio, que deixou três mortos em uma família de Torres (RS), está com o ‘ciclo fechado’, de acordo com o chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Isso porque as autoridades conseguiram o recibo do arsênio comprado pela internet assinado pela suspeita Deise Moura dos Anjos.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Ela teria envenenado a farinha que sua sogra, Zeli dos Anjos, usou para preparar o bolo para uma reunião familiar, em dezembro. Segundo o delegado Fernando Sodré, não há dúvidas de que ela é a autora do crime que vitimou as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, a filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos, além do sogro dela, que morreu em setembro do ano passado.
O que corrobora com essa hipótese é que, além das pesquisas encontradas no celular dela e demais provas coletadas ao longo da investigação, as autoridades tiveram acesso também ao recibo do veneno, que chegou pelo correio.
“Nós recebemos ontem [dia 27] um dado que nós tínhamos pedido para os Correios sobre a remessa desse veneno, que foi comprado pela internet, onde foi recebido o comprovante da entrega e está com a assinatura da acusada. Fechou o ciclo dos dados, fora os que nós já tínhamos com internet, de extração de celular e de nuvem e que nos deixam muito seguros de que realmente, infelizmente, foi ela a autora e que pensou todo esse processo nefasto que levou três pessoas a óbito e outras pessoas que quase morreram”, declarou o delegado.
Em relação à suspeita de Deise ter tentado envenenar o marido e o filho com arsênico em um suco de manga, o delegado afirmou que a investigação ainda avança nesse sentido. Amostras de sangue e de urina dos dois foram enviadas para perícia, que detectou a presença de arsênio. No entanto, ainda não há confirmação de que o envenenamento foi intencional.
"O estranho nesse caso é que o arsênio estava dentro do suco, ela parece que se deu conta e levou o filho para o hospital rapidamente e manteve o suco dentro da geladeira. Nós estamos apurando ainda para chegar em uma conclusão sobre isso. Estamos analisando, tudo indica que o marido é vítima", apontou.
Sodré ressalta que nenhuma hipótese é descartada e que a prisão temporária dela foi prorrogada por mais 30 dias, pois ainda há pontos na investigação para esclarecer. Ela deve ser ouvida novamente, já que o recibo assinado foi encontrado. Depois, provavelmente, a polícia pedirá a prisão preventiva dela. "Depois que decretar a prisão preventiva, nós temos em 10 dias que fechar o inquérito e encaminhar para a Justiça”, finalizou.