Indignada, a internauta Amanda Oliveira dispara: "É porque não é a mãe/irmã/namorada de vocês! Parem de culpar a vítima! Culpado é o estuprador! NINGUÉM PEDE para ser estuprada! A culpa NUNCA é da vítima!"
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"Ninguém vai me calar", protesta Ana Carolina Souza
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A mineira Ana Flávia de Souza também tirou a roupa para protestar
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"É uma luta diária, mas cansei de ter q me preservar por conta de uma sociedade machista que não sabe se segurar (vide carro das mulheres). Mulher não tem que se preservar. Não nesse sentido. Pra mim CHEGA" (Ana Karenina Riehl)
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A jornalista Nana Queiroz, organizadora da página de protesto no Facebook, disse que sofreu ameaças,
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Internautas fazem campanha virtual contra o estupro
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"Nuinha, e mesmo assim, não mereço ser estuprada", diz Camila Farias
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Carolina Albim: "É fruto da nossa sociedade doente e destorcida que há séculos cria homens de forma que estes acreditem possuir algum direito sobre o meu corpo e minhas escolhas"
Internautas fazem campanha virtual contra o estupro
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Fernando Ramos Silva utilizou bonecas para apoiar a campanha
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Internautas fazem campanha virtual contra o estupro
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Internautas fazem campanha virtual contra o estupro
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"Guarde seus adjetivos machistas e o seus documentos nas calças, porque meu corpo não é seu, independente do que eu vista ou deixe de vestir. Minha pele não é convite para o estupro" (Gleicy Herllane)
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Internautas fazem campanha virtual contra o estupro
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Jade Mendonça citou a pesquisa, ressaltando que muitas mulheres concordam com a afirmação de que a roupa pode provocar o estupro
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O grupo Anonymous Rio compartilhou a foto da internauta Janaína Candido e apoiou a campanha
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Júlia Ruiz: Porque não é roupa, não é atitude, não é a hora, não é lugar e não é a mulher, a culpa é só de quem estupra
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Internautas fazem campanha virtual contra o estupro
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"Rebele-se contra a cultura do estupro", diz Láh de Freitas
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"Ninguém merece, nem que saia pelada na rua", Iane Maria
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"Improviso no papel aquilo que não deveria ser preciso escrever", Lígia Otero
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Internautas fazem campanha virtual contra o estupro
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Mariana Fantinel tirou a camisa para protestar contra casos de estupro
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"Vejo essa mobilização feminina e masculina, como uma grande iniciativa de mudanças" (Mariana Galvani)
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"Em protesto ao resultado da pesquisa do IPEA, que mostrou que quase 70% dos homens brasileiros acham que "se a mulher soubesse se comportar" não seriam estupradas, ou que "se não usassem roupas curtas" não seriam estupradas" - Marycila Oliveira
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Internautas fazem campanha virtual contra o estupro
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O corpo é MEU, portanto as regras são MINHAS e independente da roupa que eu estiver usando não lhe dá o direito de me assediar, pois TODOS NÓS merecemos respeito! Se informem e coloquem a consciência para funcionar, deixem a sua ignorância de lado e vamos ser racionais diante dessa situação horrível. Não à cultura machista!, diz a internauta Nay Geystenber
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Com roupa decotada, Paula Fernandes questionou o resultado da pesquisa que culpa as mulheres
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Paula Vinhas convida as mulheres para a campanha. "Você não concorda com isso? Nem eu! Então bora mostrar o corpo pra mostrar o quão revoltadas estamos? A ideia é que a gente tire a roupa e se fotografe, da cintura para cima, com um cartaz tampando os seios com os dizeres 'Eu também não mereço ser estuprada' e postemos, todas juntas, ao mesmo tempo, online. Quem tá dentro?"
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Silvia Dias Pereira também participou da campanha
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"Tá aqui minha resposta para os 62% das pessoas que não entendem que sou livre para fazer o que quiser e que nada, absolutamente nada, justifica um ato de estupro" (Stella Montiel)
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"Pior é ver gente fazendo piada sobre isso e achando algo super normal de acontecer" (Thais Marinho)
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"O tamanho do meu decote, não define o tamanho do meu caráter. O tamanho do meu short, não define o tamanho da minha dignidade. O tamanho da minha saia, não define o tamanho da minha integridade. Ônibus lotado não é motivo para encochar, metrô lotado não é motivo para apalpar, roupas apertadas não são desculpas para estuprar", diz Thaís Montanari
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Internautas fazem campanha virtual contra o estupro
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Internautas fazem campanha virtual contra o estupro
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Com uma foto nua, funkeira Valesca Popozuda protestou em seu perfil no Facebook contra o estupro
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Mulheres de todo o Brasil estão protestando pelo Facebook após o resultado de uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) que apontou que a maioria dos brasileiros acha que “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Segundo a pesquisa, 65,1% das pessoas – incluindo homens e mulheres – concordaram com essa informação. Já 58,5% concordam com a afirmação “Se mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”.
A reação diante da pesquisa foi imediata e uma campanha online chamada “Eu não mereço ser estuprada” foi ganhando força na rede social. Utilizando a hashtag#EuNãoMereçoSerEstuprada, as internautas postaram fotos seminuas dizendo que as vestimentas não são motivo para nenhum crime sexual. Até as 11h30 deste sábado, a comunidade Eu não Mereço Ser estuprada tinha 514 participantes na rede social. Outras duas com temática semelhante somavam mais 500 membros.
Organizadora da página de protesto no Facebook, a jornalista Nana Queiroz disse em sua página pessoa da rede social que sofreu ameaças de homens e que mulheres desejaram que ela fosse estuprada. "Amanheci de uma noite conturbada. Acreditei na pesquisa do Ipea e experimentei na pele sua fúria", afirmou em um post.
Em entrevista ao Terra, Nana contou que neste sábado irá levar as ameaças, que já contabilizam milhares de posts, de acordo com ela, a uma delegacia na Asa Sul, em Brasília. "Queremos levar ao Ministério Público esses registros para que os agressores sejam punidos e sirvam de exemplo", defendeu.
O que mais chocou a jornalista foram as mensagens de incitação à violência e ao estupro."Me acusaram de ser contra Deus e a sociedade, além de postarem fotos minhas em sites pornográficos", detalhou. Como próximo passo, a campanha prevê o pedido de um canal nacional específico para denúncias de assédio sexual contra mulheres.
Pelo Twitter, até a presidente Dilma Rousseff se manifestou sobre o resultado da pesquisa. Ela defendeu nesta sexta-feira "tolerância zero" à prática deste tipo da violência contra a mulher. "Pesquisa do Ipea mostrou que a sociedade brasileira ainda tem muito o que avançar no combate à violência contra a mulher. Mostra também que governo e sociedade devem trabalhar juntos para atacar a violência contra a mulher, dentro e fora dos lares", escreveu Dilma.
A revelação de que a maioria dos brasileiros concorda que o comportamento da mulher pode motivar o estupro comprova que a cultura machista está impregnada nos homens e nas mulheres da sociedade brasileira, segundo a socióloga e integrante do Colegiado de Gestão do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), Nina Madsen.
"Nossa sociedade é violenta contra as populações marginalizadas e as mulheres compõem essa população. A culpa da violência sexual nunca é das mulheres. Temos que educar os meninos a não estuprar. Hoje eles aprendem que uma menina que se veste de uma determinada forma está provocando e que eles têm uma pretensa autorização para fazer uso daquele corpo que está sendo exposto. Temos que interferir nesse processo", disse Nina.
Para a socióloga, os parâmetros educacionais e culturais precisam ser modificados. "É preciso atuar com muita força e continuidade na mudança cultural e a educação formal tem que incorporar os conteúdos que dizem respeito aos direitos das mulheres e à igualdade de gênero", acrescentou.
Nina ressalta que o novo Plano Nacional de Educação (PNE), que está tramitando no Congresso, prevê uma educação voltada para a promoção da igualdade de gênero. No entanto, diz a socióloga, esse princípio está sendo questionado por grupos conservadores, sobretudo pela bancada evangélica, que querem retirá-lo do texto.
"Os grupos conservadores estão numa campanha ferrenha para que isso seja eliminado do texto do plano. Eles estão combatendo o que chamam de uma ideologia de gênero. Isso é um retrocesso gravíssimo. Se o governo permitir que isso aconteça estará sendo conivente com essa cultura do estupro revelada nesses dados que o Ipea apresentou", disse Nina.