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Polícia

Cabral e Paes lamentam morte de cinegrafista atingido por rojão no RJ

Profissional da TV Bandeirantes, Santiago Andrade teve morte cerebral; ele foi atingido na cabeça enquanto registrava protesto no centro do Rio

10 fev 2014 - 16h11
(atualizado às 18h49)
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O jornalista Santiago Andrade, em fotografia de arquivo pessoal divulgada pela Rede Bandeirantes
O jornalista Santiago Andrade, em fotografia de arquivo pessoal divulgada pela Rede Bandeirantes
Foto: Arquivo pessoal / Rede Bandeirantes / Reprodução

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PMDB), lamentaram nesta segunda-feira, em nota, a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade, atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento do preço da passagem de ônibus, no centro do Rio de Janeiro, na última quinta-feira (6).

“A liberdade de imprensa é um bem que deve prevalecer como instrumento para o exercício do direito fundamental à informação. O direito de manifestação é fundamental para a democracia, mas a violência é inaceitável. O diálogo entre cidadãos e Poder Público é o caminho para o aprimoramento da sociedade”, diz a nota divulgada pelo governo fluminense. “O Estado se solidariza com a família de Santiago. E busca, observando o devido processo legal, a autoria do crime para que o responsável possa ser submetido à Justiça.” 

Paes se disse solidário aos familiares e colegas de trabalho de Santiago, e condenou a violência em protestos. “A violência que tirou a vida do profissional da imprensa, no momento que exercia sua função, representa um ataque à liberdade de informação e às instituições democráticas”, afirma a nota do prefeito carioca. “O prefeito espera que a tragédia ajude a sociedade a refletir sobre os limites entre o direito democrático de manifestação e os abusos que culminam em atos de vandalismo e violência. Todo e qualquer tipo de violência é inaceitável e não deve ser tolerado.”

Atingido em protesto, cinegrafista tem morte cerebral

Santiago foi

atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento do preço do ônibus no Centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro

. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação. 

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no início da tarde do dia 10 de fevereiro, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital, onde ficou internado no Centro de Terapia Intensiva desde a noite do dia 6.

O tatuador Fábio Raposo confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu Santiago. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão.

Câmera flagra ação de suspeitos de jogar artefato que atingiu cinegrafista da Band:

De acordo com o delegado, Fábio está colaborando com as investigações, mas ainda não é possível afirmar se ele entrará no programa de delação premiada. A defesa do rapaz e a polícia estão em negociação, para que o tatuador possa colaborar ainda mais com a investigação.

Fábio afirmou à polícia não saber o nome do segundo suspeito de participar da explosão que resultou na morte do cinegrafista. Segundo o advogado do jovem, Jonas Tadeu, seu cliente realmente não sabe o nome do homem apontado como o principal suspeito de ter acionado o explosivo que atingiu Santiago. Eles seriam apenas conhecidos de manifestações anteriores, já que Fábio era assíduo frequentador de protestos populares no Rio.

Fonte: Terra
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