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Polícia

Carne estragada do RS foi reembalada por frigorífico do RJ como vinda do Uruguai

Quatro pessoas foram presas na última quarta-feira, 22, ligadas à Tem di Tudo Salvados, por suspeita de revenderem carne deteriorada

24 jan 2025 - 08h47
(atualizado às 08h54)
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou uma operação no frigorífico
A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou uma operação no frigorífico
Foto: Divulgação/Polícia Civil do Rio de Janeiro

A investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro indica que a empresa Tem di Tudo Salvados, localizada na cidade de Três Rios, teria "maquiado" o estado da carne apodrecida após ficar submersa durante as enchentes no Rio Grande do Sul. Para isso, as carnes teriam sido reembaladas para parecer que teriam vindo do Uruguai. As informações foram dadas pelo delegado Wellington Vieira, em entrevista à TV Globo.

Quatro pessoas foram presas na última quarta-feira, 22, ligadas à Tem di Tudo Salvados, por suspeita de estarem revendendo carne deteriorada para consumo humano. O caso envolve 800 toneladas de proteína animal que ficaram submersas durante as enchentes históricas que atingiram Porto Alegre em maio de 2024.

Segundo o delegado, ao que se sabe, 32 carretas foram revendidas. Agora, a Polícia Civil busca localizar os compradores dessa carne estragada, que não sabiam da procedência.

"A gente se surpreendeu porque a tragédia do Rio Grande do Sul foi uma tragédia que abalou todo o país. E a gente acha que as pessoas teriam o mínimo de respeito. No caso dessas pessoas não tiveram nenhum sentimento, a ideia era só lucrar", disse o delegado à emissora.

Vieira informou ainda que a Tem di Tudo Salvados comprou por R$ 800 mil as carnes, que, caso estivessem em bom estado, eram avaliadas em R$ 5 milhões.

Relembre o caso

A operação "Carne Fraca", da Delegacia do Consumidor (Decon-RJ) cumpriu oito mandados de busca e apreensão em locais relacionados à Tem Di Tudo Salvados. A empresa, que possui autorização para reaproveitar produtos vencidos, adquiriu a carga de um frigorífico gaúcho sob a justificativa de que os alimentos seriam transformados em ração animal.

Contudo, as investigações apontam que a mercadoria, incluindo carnes bovinas, suínas e de aves em estado de decomposição, foi revendida para açougues e mercados em todo o País. Na sede da empresa, os agentes encontraram pacotes de carne embalados a vácuo que podem ser provenientes do lote deteriorado, oito meses após as enchentes.

Além disso, foram encontrados pedaços de carne pendurados em locais inadequados, produtos congelados armazenados em prateleiras enferrujadas e sacos de alimentos diretamente no chão.

Outros alimentos podres ou vencidos também foram localizados, levando à prisão de quatro pessoas em flagrante por vender ou armazenar mercadorias impróprias para o consumo. Um dos presos é Almir Jorge Luís da Silva, um dos proprietários da empresa.

Os suspeitos podem responder ainda por associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, crimes que podem ter impacto nacional.

O caso começou no Rio Grande do Sul, quando produtores identificaram, pelas etiquetas das embalagens, que a carne descartada havia sido adquirida pela Tem Di Tudo Salvados. A descoberta ocorreu por meio de uma coincidência: um frigorífico que vendeu a mercadoria também comprou de volta parte do lote, levando à denúncia.

Fonte: Redação Terra
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