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Polícia

Caso Anic: defesa de assassino confesso diz que ele enterrou e concretou corpo da advogada

Suposto mentor já é réu no caso e passará por audiência nesta quarta-feira, 25

25 set 2024 - 15h49
(atualizado às 18h10)
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Suspeito de envolvimento no desaparecimento da advogada Anic Herdy, no Rio de Janeiro, Lourival Correa Netto Fadiga, de 55 anos
Suspeito de envolvimento no desaparecimento da advogada Anic Herdy, no Rio de Janeiro, Lourival Correa Netto Fadiga, de 55 anos
Foto: Reprodução

Lourival Correa Netto Fadiga escreveu uma carta em que confessa ter enterrado e concretado o corpo da advogada Anic Peixoto Herdy, logo após matá-la com um soco no pescoço. Essa é a alegação da advogada Flávia Fróes, segundo a TV Globo Rio. 

Em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira, 24, a defesa afirmou que ele, que já é réu pelo caso, matou Anic em um motel em Petrópolis no dia 29 de fevereiro, data de seu desaparecimento. Depois, o acusado levou o corpo para um local na região serrana, onde o enterrou e concretou. 

A versão do suspeito foi mudada. Segundo Flávia, Lourival escreveu na carta que matou a vítima mando de Benjamin Cordeiro Herdy, de 78, marido da vítima. De acordo com ele, os dois planejaram o crime juntos e forjaram o sequestro para encobrir o homicídio de Anic. 

Apesar das alegações, a advogada não apresentou provas, mas afirmou que as apresentará durante a audiência, que ocorreu na tarde desta quarta-feira, 25, na 2ª Vara Criminal de Petrópolis.

O Terra não conseguiu localizar advogados de Benjamin, mas, ao g1, a defesa afirmou que a nova versão dada pelo réu "se trata de mais um ato de desespero e de crueldade": 

“Diante do óbvio e inevitável fracasso em tentar imputar a responsabilidade à própria vítima, tese que tentou emplacar quando do início das investigações, Lourival novamente altera a sua versão e agora, após a conclusão das investigações, adota a patética estratégia de desestabilizar Benjamim e Lara, que em breve serão ouvidos em declarações na instrução criminal, ao atribuir a autoria ao marido da vítima. Como se observa, retirar a vida de Anic não satisfez Lourival. A dor e o sofrimento do marido e dos filhos da vítima também não foram suficientes”.

A defesa também afirmou que tanto Lourival quanto seus procuradores serão processados na esfera cível, criminal e disciplinar.

Caso Anic

Anic está desaparecida desde 29 de fevereiro após sair a pé de um shopping em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. A família dela pagou R$ 4,6 milhões --em dólares, reais e bitcoins-- no dia 11 de março. 

A polícia acredita que Anic teria participado do plano para forjar o próprio sequestro com Lourival. O objetivo era extorquir Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, marido de Anic. 

A investigação do sequestro de Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 54 anos, apontou o envolvimento de um amigo da família
A investigação do sequestro de Anic de Almeida Peixoto Herdy, de 54 anos, apontou o envolvimento de um amigo da família
Foto: Reprodução

Para o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), há suspeitas de que Anic tenha sido assassinada e seu cadáver tenha sido ocultado.

A polícia descobriu que o celular usado por Anic antes de desaparecer tinha um chip com o nome de Lourival. Ela ainda teria usado este número de celular para falar com ele e encontrá-lo fora do shopping, local onde foi vista pela última vez. 

As últimas imagens de Anic mostram que ela estava  em um shopping de Petrópolis às 11h08 da manhã
As últimas imagens de Anic mostram que ela estava em um shopping de Petrópolis às 11h08 da manhã
Foto: Reprodução

Já Lourival usava um chip no nome de Benjamin, marido da vítima. O número foi usado como sendo do 'suposto sequestrador' para enviar mensagens ao marido da vítima anunciando o sequestro. 

O sequestrador desligou o próprio telefone celular no dia do sequestro, entre 09h19 e 15h36, e usou o chip no nome da vítima. A investigação apontou que o telefone fez o mesmo caminho que o carro de Lourival até encontrar com Anic. A hipótese é que a vítima tenha deixado o shopping a bordo do veículo de Lourival. 

A polícia também analisou vídeo do estacionamento do shopping e identificou Anic colocando algo embaixo do banco do carro. O objeto seria o celular da vítima, que posteriormente foi encontrado por Benjamin. 

Prisões

Quatro pessoas foram detidas, incluindo Lourival Correa Netto Fadiga, apontado pela Polícia Civil e pelo MPRJ como o mentor do sequestro. Amigo da família por três anos, Lourival apresentou-se falsamente como policial federal. Dois filhos de Lourival e  Rebecca Azevedo dos Santos estão presos por suspeita de envolvimento no crime.

Um comerciante de Foz do Iguaçu, para onde Lourival e Benjamim viajaram juntos, afirmou que Anic e Lourival se apresentavam como namorados e que já os viu se beijando várias vezes. A investigação sugere que Anic, devido a esse relacionamento extraconjugal, pode ter inicialmente concordado com o plano criminoso de Lourival.

Suspeitos de envolvimento

Henrique Vieira Fadiga e Maria Luísa Fadiga, filhos de Lourival, são suspeitos de auxiliar o pai. Henrique teria recebido US$ 150 mil após a conversão de um depósito em reais.

A Polícia Civil também aponta que Maria Luísa teria permitido que o pai usasse seu nome para registrar uma picape comprada por R$ 500 mil em dinheiro, no mesmo dia do pagamento do resgate. Lourival também comprou uma motocicleta por aproximadamente R$ 30 mil.

Maria Luísa teria ainda a responsabilidade de receber 950 celulares comprados com o dinheiro de três depósitos de R$ 325 mil cada, feitos por Benjamim em contas de empresas importadoras, conforme as investigações. 

Rebeca Azevedo Santos é suspeita de participar da negociação para a entrega dos celulares adquiridos com parte do dinheiro do resgate. Ela já foi apontada como ex-namorada de Lourival e também como amante dele. 

Pagamento aos suspeitos

A quantia para o resgate de Anic foi colocada em uma mochila, que deveria ser entregue por Benjamim e Lourival no dia 11 de março em um shopping na Zona Oeste do Rio. Durante o trajeto, Lourival alegou ter recebido uma mensagem instruindo-o a deixar o dinheiro em uma lixeira no Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, enquanto Benjamim aguardava no shopping.

A polícia descobriu que Lourival não foi a nenhuma comunidade, mas sim a uma concessionária, onde comprou a picape. Os quatro suspeitos estão sendo acusados de extorsão mediante sequestro.

Fonte: Redação Terra
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