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Polícia

Caso Bernardo: deputado diz que juiz e pai acusado são amigos

7 mai 2014 - 17h24
(atualizado às 17h32)
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Corpo do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, foi enterrado na manhã desta quarta-feira no Cemitério Municipal de Santa Maria (RS)  junto ao túmulo da mãe, morta em 2010
Corpo do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, foi enterrado na manhã desta quarta-feira no Cemitério Municipal de Santa Maria (RS) junto ao túmulo da mãe, morta em 2010
Foto: Jader Benvegnú / Futura Press

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) recebeu um documento do ouvidor da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Marlon Santos (PDT), no qual ele denuncia que o juiz Fernando Vieira dos Santos, de Três Passos, seria amigo pessoal do médico Leandro Boldrini, acusado de matar seu filho, Bernardo.

Santos foi responsável por manter a guarda da criança com Leandro depois de o garoto procurar a Justiça e pedir para morar com outra família. No documento, enviado à corregedoria do TJ e ao Ministério Público, o deputado afirma que descobriu, ao conversar com moradores em Três Passos, que o magistrado e o médico são amigos e que a conduta do juiz foi diferente em outros casos similares.

“A oitiva in loco de diversos cidadãos do Município de Três Passos, alguns sob o manto do anonimato - dada a temeridade que a figura de um magistrado representa em comunidades do interior – revelou a existência de relação próxima de amizade entre o magistrado Fernando Vieira dos Santos e o médico Leandro Boldrini, proximidade essa que seria hábil a macular sua percepção e análise acerca dos fatos envolvendo o menor Bernardo Boldrini”, diz o documento.

O texto afirma ainda que o menino procurou o juiz pessoalmente durante expediente no fórum, o que não foi relatado ao Juizado da Infância e Juventude. Apesar do apelo da criança, o magistrado optou por manter o garoto com o pai, e não com a avó materna, Jussara Marlene Uglione, que disputava a guarda. 

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O deputado diz ainda que o magistrado afirma que manteve a guarda com o pai, entre outros motivos, porque o jovem não narrou agressões físicas por parte do médico. Contudo, afirma o documento, o juiz não costuma agir dessa forma. “Em conversa com agentes da rede de proteção à Infância e Juventude de Três Passos e região, bem como de jurisdicionados, verificou-se que tal não é o procedimento comumente adotado pelo magistrado em questão, que pauta sua atuação pela atuação preventiva, afastando os menores do lar para, posteriormente, trabalhar o restabelecimento dos vínculos.”

O Terra não conseguiu contato com o juiz. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado, o magistrado não está se pronunciando sobre o caso.

O caso

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, em Três Passos (RS), depois de – segundo a versão da família - dizer ao pai que passaria o fim de semana na casa de um amigo. O corpo do garoto foi encontrado no dia 14 de abril, em Frederico Westphalen (RS), dentro de um saco plástico e enterrado às margens do rio Mico.

Na mesma noite, o pai, o médico Leandro Boldrini, a madrasta Graciele Ugulini, e a assistente social Edelvânia Wirganovicz foram presos pela suspeita de envolvimento no crime. Segundo a Polícia Civil, o menino foi dopado antes de ser morto, possivelmente com uma injeção letal. Os três se encontram temporariamente presos.

Fonte: Terra
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