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Caso Bruno

Após 3 anos do sequestro de Eliza, amigos de Bruno aguardam júri

Com a aproximação do último julgamento pendente, caso pode ter a inclusão de novos personagens, com a investigação de policial

4 jun 2013 - 13h10
(atualizado às 13h37)
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Coxinha (foto) e Elenilson aguardam o julgamento em liberdade
Coxinha (foto) e Elenilson aguardam o julgamento em liberdade
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra

O advogado Frederico Franco Orzil, que defende Wemerson Marques, o Coxinha, e Elenilson Vitor da Silva, amigos do goleiro Bruno Fernandes e acusados de ajudar a esconder o filho de Eliza Samudio, Bruninho, quando o caso veio à tona, disse acreditar na absolvição dos clientes no júri popular previsto para acontecer dia 28 de agosto deste ano, às 9h, no Fórum de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Nesta terça-feira, 4 de junho, completam-se três anos que a ex-amante de Bruno foi sequestrada em um hotel do Rio de Janeiro e trazida para Minas Gerais, onde foi morta, segundo o processo judicial.

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Coxinha e Vítor aguardam o julgamento em liberdade. Eles são os dois últimos denunciados pelo Ministério Público a sentar no banco dos réus. Antes deles já foram condenados Bruno (22 anos e três meses de prisão); Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão (15 anos); o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola (22 anos de cadeia); e outra ex-amante do goleiro, Fernanda Gomes Castro (cinco anos em regime aberto). A ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, foi absolvida.

Orzil não quis dar detalhes da estratégia que utilizará para livrar Coxinha e Vítor da cadeia, mas disse entender que a elucidação do crime nos júris anteriores poderá ajudar aos clientes. "Eles estão tranquilos e conscientes de que não tiveram participação", resumiu.

Novos personagens

A expectativa até o julgamento é quanto à denúncia que possivelmente será oferecida pelo Ministério Público contra o policial civil aposentado José Lauriano de Assis, o Zezé. No final do ano passado, o promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcelos Castro solicitou à Polícia Civil uma nova investigação para apurar a participação dele na trama. Para Castro, Zezé participou ativamente do sequestro de Eliza e seu filho, Bruninho, assim como da morte da modelo.

A investigação corre sob sigilo. Procurado, o promotor não quis dar declarações para não prejudicar as investigações. Além de Zezé, outro policial também é investigado. Gilson Costa, ex-integrante do Grupo de Resposta Especial da Polícia Civil, o extinto GRE, foi citado em gravações telefônicas no processo.

O delegado Edson Moreira, que também é vereador de Belo Horizonte, disse ao Terra que "o cerco está se fechando" em torno de Zezé. Apesar de não mais estar à frente do Departamento de Homicídios de Belo Horizonte, por ter sido eleito vereador, Moreira disse acompanhar as apurações. "O outro (Gilson Costa) está fora. Agora, a hora do Zezé vai chegar", afirmou.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Especial para Terra
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