Após briga na cadeia, Bruno é julgado e terá de seguir sem trabalhar
O atleta terá ainda que ficar 30 dias sem banho de sol e visitas
Acusado de brigar com outros detentos e dois agentes penitenciários dentro da cadeia, o goleiro Bruno foi julgado nesta segunda-feira, na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e terá que seguir sem trabalhar na lavanderia onde prestava serviços. Além disso, o atleta ainda terá que ficar 30 dias sem banho de sol e visitas.
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A decisão foi tomada por uma Comissão Disciplinar Interna da penitenciária. Segundo a Subsecretária de Administração Prisional (Suapi), o atleta está sem trabalhar desde o dia 1º de abril e a decisão é por tempo indeterminado.
Desta forma, Bruno, que foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, não poderá usufruir da lei brasileira que prevê que a cada três dias trabalhados o preso reduz um na pena.
O advogado do goleiro, Lúcio Adolfo, admitiu a possibilidade de trocar Bruno de penitenciária. “Eu não quero que o Bruno deixe a cadeia assim, eu quero que ele trabalhe. Vamos aguardar um pouco, mas se continuar a ser perseguido eu vou em busca de tira-lo de lá”, finalizou.
A comissão que julgou o atleta é formada por um assistente técnico jurídico, diretores da unidade, psicólogos e assistentes sociais.
O caso Bruno
Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão.
Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado.
No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo. O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.