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Caso Bruno

Após discussões, juíza cassa palavra de advogado de Bola

Magistrada cassou a palavra de Ércio Quaresma, e defesa do ex-policial foi assumida por outro advogado

25 abr 2013 - 16h53
(atualizado às 16h59)
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<p>Ex-delegado depõe no julgamento de Bola, no fórum de Contagem</p>
Ex-delegado depõe no julgamento de Bola, no fórum de Contagem
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação

A juíza Marixa Fabiane cassou a palavra do advogado de defesa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, Ércio Quaresma, que faz perguntas para o ex-delegado Edson Moreira, nesta quinta-feira, no julgamento de Bola no fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O ex-delegado está sendo ouvido desde quarta-feira, e, somados os dois dias, já fala há quase 10 horas. 

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Durante sua participação nesta quinta-feira, Quaresma acabou brigando por três vezes. Uma com a testemunha e duas vezes com o promotor Henry Vasconcelos. 

Após intervalo para almoço, a juíza cassou a palavra de Quaresma por conta das discussões com a testemunha e o promotor. Além disso, ela afirmou que o defensor tem uma “postura desrespeitosa, que intimida a testemunha e é muito provocativa”. 

Com a atitude da juíza, os seis advogados que representam Bola pediram um tempo para uma reunião breve e ver qual caminho seguirão a partir de agora - isso porque Quaresma deixou claro que teria conteúdo para inquirir o ex-delegado por “no mínimo mais 12 horas”. Pouco depois, eles retornaram e Fernando Magalhães seguiu fazendo os questionamentos.

A equipe de advogados de Bola iniciou as perguntas para o ex-delegado na tarde desta quarta-feira. Com pedido de Quaresma, que alegou cansaço, Marixa paralisou o julgamento ontem e o reiniciou nesta quinta-feira.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Especial para Terra
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