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Caso Bruno

Bruno é condenado a 22 anos de prisão por morte de Eliza; Dayanne é absolvida

Goleiro foi considerado culpado por todos os crimes dos quais era acusado, mas pode ter a pena reduzida e ficar na prisão até 2017

8 mar 2013 - 02h23
(atualizado às 11h13)
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<p>Bruno prestou novo depoimento no quarto dia do julgamento no Fórum de Contagem (MG)</p>
Bruno prestou novo depoimento no quarto dia do julgamento no Fórum de Contagem (MG)
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação

Após quatro dias de julgamento no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, os sete jurados consideraram o goleiro Bruno Fernandes de Souza culpado pela morte de Eliza Samudio. O ex-capitão do Flamengo foi condenado a 22 anos e três meses, sendo 17 anos e seis meses em regime fechado. Ele poderá pedir relaxamento da pena após cumprir 2/5 desse total, que equivalem a sete anos. Como já ficou preso por dois anos e oito meses, pode pleitear cumprir o restante da pena em liberdade em quatro anos, a partir de 2017. A ex-mulher de Bruno, Dayanne do Carmo, foi considerada inocente e não deve mais nada à Justiça.

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A decisão foi divulgada pela juíza Marixa Fabiane, que também presidiu os trabalhos do julgamento de Macarrão, em novembro de 2012. Bruno foi condenado em todos os crimes pelos quais foi acusado: cárcere privado, sequestro e homicídio triplamente qualificado.

O último dia de julgamento foi marcado por tentativas. Primeiro, da defesa dos acusados. A expectativa era que os trabalhos começassem diretamente com os debates entre defesa e acusação. Porém, Thiago Lenoir pediu que Dayanne fosse novamente interrogada pela magistrada para esclarecer melhor os pontos da entrega do bebê ao Coxinha - outro réu no caso que será julgado em maio deste ano.

Após responder algumas perguntas, o acusado Bruno Fernandes também teve o direito de mudar ou contar melhor sua versão dos fatos. Ele, no entanto, respondeu apenas: “Sim, eu sabia e imaginava que ela morreria”, após questionamento de Lúcio Adolfo. Logo depois, o atleta finalizou. “Doutor, por favor, eu não quero responder mais nenhuma pergunta.”

Com isso, a juíza deu início aos debates. O promotor de Justiça Henry Vasconcelos teve a palavra e iniciou seu trabalho. Ele contou detalhes do crime, mostrando nos autos as provas. Vasconcelos, inclusive, utilizou bastante do processo, consultando a bilhetagem telefônica e a todo momento mostrou o conteúdo aos jurados.

O promotor mostrou também que o telefone de Eliza, que sempre utilizou muito seu celular, ficou inativo entre os dias 4 e 9 de junho de 2010. Henry disse também de trocas de cartas entre Macarrão e o acusado. “Bruno é o articulador, está no comando, na direção de tudo. Ele ligou para o caseiro e pediu que ele preparasse o cativeiro de Eliza”, afirmou.

Em momento tenso do debate, Henry criticou toda a defesa do réu Bruno. “A defesa dele é uma prostituta. Cada hora vai para um lado. Não estou dizendo desses advogados que aqui estão, mas toda a defesa que esteve neste caso”, explicou.

O promotor também afirmou aos jurados que Bruno é mentiroso. “É mais fácil tirar um dente sem anestesia da boca dele do que conseguir a verdade”, afirmou. Ele ainda afirmou, também com base no processo, que o atleta tem envolvimento com o narcotráfico.

Após duas horas e meia de uma forte fala comandada pela acusação, a juíza determinou intervalo para almoço. Depois, a fala foi passada para a defesa. Os trabalhos recomeçaram com Francisco Simim. O defesor de Dayanne pouco falou e passou para Thiago Lenoir, que também pouco acrescentou. O advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, então assumiu o centro do plenário. Durante aproximadamente duas horas o defensor lutou a favor da inocência do goleiro. A estratégia era clara: desqualificar a acusação.

Dentre várias coisas, Adolfo falou da falta de peças nos autos, que, segundo ele, foram encontradas posteriormente. Disse ainda que o caso é midiático e afirmou que a imprensa tratou de julgar o ex-atleta e ainda acusou a promotoria de acordo no caso de Macarrão.

Em momento forte, Lúcio disse que o promotor estava enganado ao envolver Bruno com o narcotráfico e possível uso de cocaína. “O promotor disse isso, mas não sabe que no Flamengo tem exame antidoping duas vezes por semana, como ele não seria pego?” Lúcio ainda desafiou. “Futebol é coisa para homem”, afirmou. 

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013. 

Fonte: Terra
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