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Caso Bruno

Caso Bruno: veja as perguntas que os jurados terão de responder

As cinco mulheres e os dois homens se reúnem após o fim da tréplica do advogado de defesa, Lúcio Adolfo

7 mar 2013 - 20h03
(atualizado às 20h05)
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<p>Ex-jogador do Flamengo é julgado no Fórum de Contagem (MG)</p>
Ex-jogador do Flamengo é julgado no Fórum de Contagem (MG)
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação

Os jurados do Conselho de Sentença do julgamento do goleiro Bruno Fernandes e de sua ex-mulher Dayanne Rodrigues devem decidir nesta quinta-feira o destino dos réus. As cinco mulheres e os dois homens se reúnem após o fim da tréplica do advogado de defesa, Lúcio Adolfo. 

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A sentença - e a pena, em caso de condenação - serão anunciadas pela juíza Marixa Fabiane. Os jurados votarão em quesitos. Em cada item, eles recebem duas cédulas de papel, contendo, em uma, a palavra 'sim', e, em outra, a palavra 'não'. Saiba quais são as perguntas a que os jurados deverão responder:

Réu: Bruno Fernandes das Dores de Souza

1ª série de quesitos

Materialidade

1º Quesito: No dia 10 de junho de 2010, no interior de residência situada na rua Araruama, n. 173, bairro Santa Clara, em Vespasiano/MG, a vítima Elisa Silva Samúdio recebeu um golpe conhecido como “gravata”, sendo o seu pescoço constringido, sendo esganada, vindo a morrer em virtude desta agressão?

Autoria

2º Quesito: O réu Bruno Fernandes das Dores de Souza, concorreu para o crime, na medida em que mandou terceira pessoa executar a vítima Elisa Silva Samúdio?

Quesito absolutório

3º Quesito: O Jurado absolve o Réu?

Teses da defesa

4º Quesito: A participação do réu Bruno Fernandes no crime foi de menor importância?

5º Quesito: O réu Bruno Fernandes quis participar de crime menos grave?

Qualificadoras

6º Quesito: O crime foi cometido por motivo torpe pelo fato de que Bruno Fernandes negava-se a reconhecer a paternidade e pagar alimentos para o filho da vítima?

7º Quesito: O crime foi cometido por asfixia mecânica, uma vez que a vítima teve constringido o seu pescoço?

8º Quesito: O crime foi cometido mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, pois, teria sido levada com seu filho de apenas 4 (quatro) meses, à residência do executor, juntamente com terceiras pessoas e, diante do número significativo de agentes, teve reduzida a sua capacidade de defesa?

2ª série de quesitos

Materialidade

1º Quesito: Bruninho Samúdio, filho da vítima, foi privado de sua liberdade mediante sequestro?

2º Quesito: Bruninho Samúdio, filho da vítima, foi privado de sua liberdade mediante cárcere privado?

Autoria 

3º Quesito: O réu Bruno Fernandes das Dores de Souza concorreu para a prática do crime?

Quesito absolutório

4º Quesito: O jurado absolve o réu?

Qualificadoras

5º Quesito: A vítima Bruninho Samúdio era menor de 18 anos à época dos fatos?

3ª série de quesitos

Materialidade

1º Quesito: O corpo da vítima Elisa Silva Samúdio foi ocultado?

Autoria 

2º Quesito: O réu Bruno Fernandes das Dores de Souza, concorreu para o crime, na medida em que mandou que terceiras pessoas ocultassem o corpo da vítima?

Quesito absolutório

3º Quesito: O Jurado absolve o Réu?

Ré: Dayanne Rodrigues do Carmo Souza

1ª série de quesitos

Materialidade

1º Quesito: Bruninho Samúdio, filho da vítima, foi privado de sua liberdade mediante sequestro?

Autoria 

2º Quesito: A ré Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, concorreu para a prática do crime, juntamente com terceiras pessoas?

Quesito absolutório

3º Quesito: O Jurado absolve a Ré?

Qualificadoras

4º Quesito: A vítima Bruninho Samúdio era menor de 18 anos à época dos fatos?

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

Conheça as acusações e penas máximas possíveis contra os réus

Réu Acusações Pena máxima
Bruno Homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio 41 anos
Dayanne Sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio 5 anos
 

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013. 

Fonte: Terra
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