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Caso Bruno

Defesa: pedido de absolvição de Dayanne mostra fragilidade das provas

Promotoria pediu nesta quinta-feira a absolvição da ex-mulher de Bruno e a condenação por pena máxima para o goleiro

7 mar 2013 - 15h27
(atualizado às 15h32)
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<p>Promotor Jos&eacute; Henry pediu a condena&ccedil;&atilde;o de Bruno e a absolvi&ccedil;&atilde;o de sua ex-mulher Dayanne Rodrigues</p>
Promotor José Henry pediu a condenação de Bruno e a absolvição de sua ex-mulher Dayanne Rodrigues
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação

O pedido de absolvição da ex-mulher do goleiro Bruno Fernandes, Dayanne Rodrigues, pela promotoria, mostra a fragilidade das provas do processo que apura o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, opinou na tarde desta quinta-feira o advogado de defesa dos réus, Tiago Lenoir. Para ele, o próprio Ministério Público reconheceu, com esse pleito, que as acusações contra Dayanne, e também Bruno, têm falhas.

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"O pedido de absolvição da Dayanne é tardio. E o tempo em que essa senhora ficou na cadeia, o que dizer agora?", afirmou Lenoir, na saída do intervalo do julgamento.

No final da manhã, o promotor Henry Wagner Vasconcelos pediu pena máxima para Bruno, mas isentou Dayanne de culpa no crime. No entendimento dele, Dayanne foi coagida pelo ex-policial José Lauriano, conhecido como Zezé. Ele teria participado do crime, e vem sendo investigado pelo Ministério Público. Em sua argumentação, Vasconcelos afirmou que Dayanne foi manobrada por Bruno e deixada à mercê de Zezé. A ex-mulher de Bruno chorou quando ouviu o pedido de absolvição.

O julgamento está previsto para recomeçar às 15h30, com a apresentação das teses de defesa de Bruno e Dayanne. Outro advogado de defesa de Bruno, Lucio Adolfo evitou antecipar em que vai se basear para defender seu cliente, mas destacou que trabalhará com o discurso de que o goleiro merece ser absolvido. Mas o foco deve se concentrar na desqualificação dos crimes pelos quais Bruno é acusado (homicídio triplamente qualificado, sequestro e ocultação de cadáver). A defesa vai tentar impor também a tese de que Bruno teve participação reduzida no crime, e que, portanto, merece, no máximo, uma pena mais branda.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

Conheça as acusações e penas máximas possíveis contra os réus

Réu Acusações Pena máxima
Bruno Homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio 41 anos
Dayanne Sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio 5 anos
 

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

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No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Entenda as consequências de Bruno dizer que sabia do crime:

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013. 

Fonte: Terra
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