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Caso Bruno

Delegado que chefiou caso: 'Bruno tem medo de entregar o Bola'

5 mar 2013 - 09h17
(atualizado às 10h19)
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Delegado Edson Moreira, que chefiou as investigações na época do crime, acredita que Bruno deve confessar
Delegado Edson Moreira, que chefiou as investigações na época do crime, acredita que Bruno deve confessar
Foto: Ney Rubens / Especial para Terra

O delegado que chefiou as investigações sobre o desaparecimento e a morte de Eliza Samudio disse nesta terça-feira que o goleiro Bruno não tem outra alternativa a não ser "confessar totalmente" os crimes. "Para isso, entregando o Bola. Ele tem medo de entregar o Bola porque o Bola vai ter que contar onde está o corpo e aí acabou", afirmou Edson Moreira, atualmente vereador pelo PTN em Belo Horizonte, antes do início do segundo dia de julgamento do ex-atleta do Flamengo e sua ex-mulher, Dayanne do Carmo. 

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Como funciona o Tribunal do Júri

Em frente ao Fórum de Contagem, onde ocorre o júri popular, Moreira explicou por que José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, não foi indiciado. Segundo Jailson de Oliveira, uma das testemunhas que devem ser ouvidas hoje, o policial aposentado teria participado do crime. "Na época, não havia elementos suficientes. O nome dele (Zezé) surgiu só no final. Então, o Ministério Público entendeu que, devido ao tumulto que se tornou a investigação, achou por bem não indiciá-lo naquele momento, mas agora é a época correta devido à quebra de sigilo bancário e telefônico que mostrou todo o compromentimento dele com o Macarrão e o Bola", explicou o delegado. 

Zezé chegou a ser investigado em 2010, mas não foi indiciado. Moreira disse que, pelo conhecimento que tem do processo, acredita que o policial aposentado participou da morte de Eliza. "Não só participou do planejamento, como também na execução e no sumiço do corpo", garantiu.  

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

<p>Julgamento de Bruno e da ex-mulher Dayanne do Carmo começou na segunda-feira no Fórum de Contagem (MG)</p>
Julgamento de Bruno e da ex-mulher Dayanne do Carmo começou na segunda-feira no Fórum de Contagem (MG)
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Conheça as acusações e penas máximas possíveis contra os réus

Réu Acusações Pena máxima
Bruno Homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio 41 anos
Dayanne Sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio 5 anos
 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013. 

Fonte: Especial para Terra
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