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Caso Bruno

Expectativa é que sentença de Bruno e Dayanne seja proferida hoje

Julgamento do caso Eliza Samudio será retomado com debates

7 mar 2013 - 07h45
(atualizado às 09h14)
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<p>Goleiro Bruno chorou algumas vezes durante o seu depoimento</p>
Goleiro Bruno chorou algumas vezes durante o seu depoimento
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação

O julgamento do caso Eliza Samudio será retomado às 9h desta quinta-feira com o início dos debates entre defesa e acusação no Fórum de Contagem (MG), região metropolitana de Belo Horizonte. Em seguida, a expectativa é que seja proferida a sentença de Bruno e de sua ex-mulher Dayanne do Carmo. O goleiro responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da ex-modelo. Já Dayanne é acusada de sequestro e cárcere privado do filho de Eliza.

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Como funciona o Tribunal do Júri

De acordo com o roteiro divulgado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), o promotor Henry Vasconcelos será o primeiro a falar. Ele terá o tempo de duas horas e meia. Na sequência, a defesa também terá a palavra, também por duas horas e meia, tempo que deve ser dividido entre os advogados dos dois réus.

Se houver réplica, o promotor pode falar por mais duas horas. Caso aja tréplica, os advogados terão a palavra por mais duas horas, que também deve ser dividido entre os advogados dos dois réus. 

Após a fase de debates, os jurados se reúnem em uma sala com juiz, promotor e advogados para proceder à votação dos quesitos, que determinará o veredicto – se absolvem ou condenam os réus. Eles respondem apenas “sim” ou “não” às perguntas formuladas, colocando em uma urna as cédulas próprias.

Após a votação, a juíza faz a apuração dos votos. A sentença, com o resultado do júri, é lida em plenário. Se houver condenação, a juíza estabelece a pena, determinando o tempo que cada réu cumprirá.

Depoimento 

Ontem, o goleiro Bruno prestou depoimento por mais de seis horas. No ápice do julgamento, após muito choro, o atleta deixou escapar que "não mandou, mas aceitou o crime". O réu também reconheceu que foi omisso. "As coisas aconteceram na minha frente, eu deixei. Por isso, de certa forma, me sinto culpado", analisou.

Por longas horas, Bruno ficou sentado no banco dos réus e respondeu a todas as perguntas feitas pela juíza Marixa Fabiane. No entanto, a defesa decidiu que ele não responderia aos questionamentos da acusação. Com isso, as mais de 50 perguntas feitas pela promotoria não foram rebatidas.

Bruno  também não quis responder as perguntas do advogado de Bola, Ércio Quaresma, e, inclusive, se retirou do plenário. Logo após, algumas perguntas pontuais dos jurados foram respondidas. A juíza encerrou os trabalhos por volta das 20h20 e determinou que o goleiro retornasse para a penitenciária Nelson Hungria.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

Conheça as acusações e penas máximas possíveis contra os réus

Réu Acusações Pena máxima
Bruno Homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio 41 anos
Dayanne Sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio 5 anos
 

Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. 

"Bruno não confessou, ele delatou", diz promotor do caso:

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

"Não adianta empurrar para outros", diz advogado de acusação:

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013. 

Fonte: Terra
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