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Caso Bruno

Julgamento de Bola, acusado de matar Eliza Samudio, começa nesta 2ª

O depoimento do ex-policial é uma das partes mais esperadas do júri, já que ele poderá ou não entregar o local onde estão os restos mortais da vítima, ex-amante do goleiro Bruno

22 abr 2013 - 06h02
(atualizado às 06h02)
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<p>Ex-policial é acusado de ser o executor da morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno</p>
Ex-policial é acusado de ser o executor da morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno
Foto: Charles Silva Duarte/O Tempo / Futura Press

Começa nesta segunda-feira, às 9h, no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, mais uma importante parte do julgamento do Caso Eliza Samudio. Desta vez quem sentará no banco dos réus será o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado de matar, esquartejar e ocultar o corpo da modelo. A principal expectativa do júri, que deve durar pelo menos três dias, está no depoimento de Bola, já que  ele pode ou não entregar o local onde estão os restos mortais da vítima, ex-amante do goleiro Bruno. 

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Os dois primeiros julgamentos dos envolvidos no caso surpreenderam. Inicialmente o ex-braço direito de Bruno, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, entregou seu antigo amigo e o colocou na cena do crime. Por fazer uma confissão parcial o réu teve sua pena reduzida e pegou 15 anos de cadeia, 12 em regime fechado, em novembro de 2012.

Algo parecido também aconteceu com o goleiro. Quando todos pensavam que havia uma estratégia entre as defesas de Bola e Bruno, o ex-atleta entregou o ex-policial em seu depoimento, no julgamento de março deste ano. Com isso também teve parte de sua pena reduzida e voltou para a penitenciária Nelson Hungria com 22 anos de prisão.

Agora a defesa de Bola, comandada por Ércio Quaresma, terá que trabalhar bastante para diminuir a pena do ex-policial, isso porque ele foi inserido por Bruno na cena do crime. Segundo Quaresma, uma parte importante do julgamento do ex-atleta será usada no julgamento de seu cliente. “A principal testemunha será aquela cadeira vazia. Vou exibir aquele interrogatório da hora que o Lúcio Adolfo, numa atitude covarde, tirou o Bruno do plenário. Aquele silêncio não pode ser usado contra o meu cliente”, disse. A cadeira vazia citada por Quaresma foi quando Bruno, ao ser questionado pela defesa de Bola, pediu para deixar o plenário, no entanto, as perguntas foram feitas mesmo sem a presença do réu.

Para convencer os sete jurados, Quaresma segue com a mesma tese que trabalha desde o início do caso. Para o defensor, logo no começo das investigações, as características físicas citadas por Jorge – primo de Bruno – são de Zezé e não Marcos Aparecido. “Não há prova que houve o evento morte. O que não tem nesse processo é prova. Não estou preocupado com a opinião pública. Minha preocupação é com sete cidadãos que compõem o conselho de sentença”, finalizou

O caso Bruno
Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

"Todos fogem de acusar Bola", afirma delegado:
No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Terra
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