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Caso Bruno

MG: 5º dia do júri de Bola será de leitura de 3 mil páginas do processo

26 abr 2013 - 10h28
(atualizado às 10h38)
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Ex-policial Bola chega escoltado pela polícia para o quinto dia de seu julgamento no Fórum de Contagem (MG)
Ex-policial Bola chega escoltado pela polícia para o quinto dia de seu julgamento no Fórum de Contagem (MG)
Foto: Cristiane Mattos / Futura Press

O quinto dia de julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, no Fórum de Contagem (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, é reservado para a leitura de peças do processo, de acordo com o pedido solicitado pelos advogados de defesa do réu. Segundo o Tribunal de Justiça, serão lidas mais de 3 mil páginas e exibidos vídeos reportagens sobre o caso. Os jurados receberam cópias das peças, que começaram a ser lidas às 9h30.

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Com a fase de leitura, principalmente de depoimentos, e exibição de vídeos, o julgamento de Bola deverá terminar somente no sábado. Na fase seguinte Bola prestará depoimento e, somente depois, acontecerão os debates entre o promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcelos Castro e os doze advogados de defesa do ex-policial.

Nesta quinta-feira terminou o depoimento do ex-delegado Edson Moreira, que chefiou as investigações da morte de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno. A oitiva de Moreira durou mais de 15 horas e foi marcada por bate-boca entre promotor, testemunha e advogados, principalmente Ércio Quaresma, que chegou a ter a palavra cassada pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues. Quaresma e o promotor ainda chegaram a se ofender durante uma discussão, chamando um ao outro de "canalha".

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Especial para Terra
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